Gisèle Pelicot, que se tornou um ícone feminista pelo julgamento por estupro que protagonizou na França, chegou a um acordo com a revista Paris-Match, a qual acusou de ter divulgado "fotos roubadas" de sua vida privada, anunciou sua advogada.
Pelicot e Paris-Match alcançaram "um acordo amistoso", portanto o caso não irá para os tribunais nesta quarta-feira (11/6), disse a advogada Emilie Sudre, na terça-feira à noite.
Em sua edição de 17 de abril, o semanário publicou sete fotos de Pelicot passeando pelas ruas do bairro onde mora junto com um homem, que a Paris-Match apresentou como seu novo namorado.
Seu advogado, Antoine Camus, declarou na época que era "decepcionante" que a Paris-Match fotografasse às escondidas Pelicot, "cujo calvário foi alvo de 3.000 fotos e vídeos".
Sudre afirmou que Gisèle Pelicot não pediu nenhuma "indenização" no acordo, mas aceitou que a revista "pague 40.000 euros (cerca de R$ 250 mil) a duas associações de apoio a vítimas da violência", especialmente crianças e mulheres.
Christophe Bigot, advogado da Paris-Match, declarou que a revista estava "feliz com a solução, que ajudará as vítimas da violência".
Gisèle Pelicot, de 72 anos, foi aplaudida no mundo todo no ano passado por sua valentia durante o julgamento contra seu ex-marido Dominique Pelicot, de mesma idade, que a drogou durante uma década para estuprá-la junto com desconhecidos.
A mulher rejeitou que o julgamento acontecesse a portas fechadas, renunciando ao seu direito ao anonimato, para que a vergonha mudasse de lado. Seu ex-marido e outros 50 homens foram condenados a até 20 anos de prisão.
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