Poucas horas depois de receber alta do hospital com um diagnóstico de "infecção de ouvido", o pequeno Theo Tuikubulau, de apenas 2 anos, morreu nos braços da mãe, Kayleigh Kenneford, na Inglaterra. Ele foi vítima de sepse, uma condição grave e frequentemente fatal, desencadeada por uma resposta extrema do corpo a uma infecção.
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Descrito como um menino amoroso, feliz e obcecado por carros de bombeiros, Theo apresentou inicialmente sintomas leves, como coriza e cansaço, o que levou a família a procurar orientação pelo serviço de saúde britânico, em 5 de julho de 2022. Como não havia ambulâncias disponíveis, sugeriram que ele fosse levado ao hospital de táxi, mas Kayleigh decidiu esperar.
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No dia seguinte, com febre alta de 40,2ºC, erupções cutâneas e dificuldade para respirar, Theo foi levado ao pronto-socorro. Apesar do quadro preocupante, ele recebeu alta às 0h30 do dia 7 de julho com o diagnóstico de infecção no ouvido. Nenhum exame de sangue ou coleta de amostras foi feito, e o menino não recebeu antibióticos.
Durante o inquérito conduzido pelo Tribunal do Médico Legista de Exeter, a mãe contou que Theo passou a noite seguinte inquieto, e que tentou contato com os profissionais da unidade pediátrica, mas foi orientada apenas a oferecer bebidas açucaradas ao filho. Com o agravamento dos sintomas, ligou novamente para o serviço de emergência, que enviou uma ambulância às 00h56 do dia 8 de julho.
Na chegada ao hospital, Theo foi encaminhado diretamente à unidade de reanimação com suspeita de meningite. Segundo o pediatra responsável pelo caso, Andy Robinson, o menino já apresentava sinais clássicos de sepse e choque séptico: palidez extrema, febre persistente e falência orgânica.
Apesar dos esforços para estabilizá-lo, incluindo ventilação mecânica e 30 minutos de compressões torácicas, os médicos informaram à família que não havia mais o que fazer. "Entramos no quarto, seguramos a mão dele e eles desligaram tudo", relatou a mãe, em depoimento emocionado.
O caso também foi contextualizado dentro de um surto de estreptococo A registrado no inverno britânico de 2022/2023, que teria levado a uma alta de casos graves de infecções pediátricas. Segundo o pediatra Robinson, a coleta de exames não teria feito diferença no momento da primeira internação, e os antibióticos foram evitados por risco de reações alérgicas.
Kayleigh, no entanto, questiona a decisão de liberar seu filho sem exames ou internação, mesmo com sintomas tão evidentes. "Senti que estavam me enganando. Não entendo por que ele não foi internado quando a enfermaria estava vazia”, desabafou. O inquérito sobre a morte de Theo segue em andamento.
