Ucrânia

Trump descarta envio de tropas para a ex-república soviética e avalia apoio aéreo

Na segunda-feira, Trump foi o anfitrião de um esforço diplomático para pôr fim à guerra, ao receber o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensly, e os principais líderes europeus

De acordo com Trump, Putin concordou em se reunir com Zelensky e aceitar algum tipo de garantias de segurança ocidentais para a Ucrânia frente à Rússia. O Kremlin não tinha confirmado a informação -  (crédito: Roman Pilipey/AFP)
De acordo com Trump, Putin concordou em se reunir com Zelensky e aceitar algum tipo de garantias de segurança ocidentais para a Ucrânia frente à Rússia. O Kremlin não tinha confirmado a informação - (crédito: Roman Pilipey/AFP)

A hipótese de forças de paz dos Estados Unidos na Ucrânia durou menos de 24 horas. O presidente Donald Trump recuou e descartou o envio de tropas americanas para a ex-república soviética. Ao mesmo tempo, admitiu ampliar o suporte aéreo a Kiev. Enquanto isso, os aliados ocidentais começaram a negociar garantias de segurança para a Ucrânia, antes de uma eventual cúpula com a Rússia.

Na segunda-feira, Trump foi o anfitrião de um esforço diplomático para pôr fim à guerra, ao receber o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensly, e os principais líderes europeus. Na sexta-feira passada, ele havia se encontrado com o russo Vladimir Putin. De acordo com Trump, Putin concordou em se reunir com Zelensky e aceitar algum tipo de garantias de segurança ocidentais para a Ucrânia frente à Rússia. O Kremlin não tinha confirmado a informação. 

Líderes europeus e Kiev receberam as promessas com extrema cautela. Três fontes próximas de Trump que acompanharam o telefonema com Putin, na Casa Branca, relataram que o russo propôs a cúpula com Zelensky em Moscou. No entanto, o ucraniano teria rejeitado imediatamente a sugestão. 

Trump, que tem criticado duramente os bilhões de dólares em apoio americano à Ucrânia desde a invasão russa em 2022, afirmou que as nações europeias tomariam a iniciativa enviando tropas para assegurar qualquer acordo, uma ideia que França e Reino Unido têm considerado. "Quando se trata de segurança, eles estão dispostos a colocar gente no terreno", disse o republicano à emissora Fox News. "Estamos dispostos a ajudá-los com coisas, especialmente, provavelmente, se falarmos de apoio aéreo, porque ninguém tem o tipo de coisas que nós temos, realmente, eles não têm", acrescentou.

Ele também "garantiu" que não serão implantadas tropas terrestres americanas na Ucrânia e descartou categoricamente, mais uma vez, que a Ucrânia se una à aliança militar ocidental Otan. Após as conversas com Trump, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o premiê britânico, Keir Starmer, reuniram cerca de 30 aliados da Ucrânia, conhecidos como a "coalizão de voluntários", para consultas virtuais.

Starmer informou-lhes que as equipes da coalizão e funcionários americanos se reuniriam nos próximos dias para debater as garantias de segurança e "se preparar para o desdobramento de uma força de segurança, caso as hostilidades cessem", declarou um porta-voz de Downing Street. Os líderes também debateram como se poderia exercer maior pressão sobre Putin, inclusive mediante sanções, até que demonstrasse disposição em tomar medidas sérias para pôr fim à sua invasão. Os chefes de Estado-Maior dos 32 países membros da Otan se reunirão por videoconferência, hoje, para falar sobre a Ucrânia, informaram as autoridades.

Genebra

A Rússia advertiu que qualquer solução deve proteger também seus próprios interesses. O ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, declarou à televisão estatal que um acordo deve garantir os direitos das pessoas de língua russa que vivem na Ucrânia, argumento usado por Moscou para justificar a ofensiva lançada em fevereiro de 2022. "Mudanças territoriais são. frequentemente, um componente essencial de resoluções de conflitos."

Macron indicou ao canal de notícias francês LCI que desejava que a cúpula bilateral fosse realizada em Genebra, um lugar histórico para conversas de paz. O chanceler suíço, Ignazio Cassis, afirmou que seu país ofereceria "imunidade" ao presidente russo, apesar da ordem de detenção internacional. Macron e o chanceler alemão, Friedrich Merz, afirmaram que a reunião entre Putin e Zelensky pode acontecer em duas semanas.

 

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postado em 20/08/2025 06:00
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