
O ataque israelense ao Hospital Nasser, na faixa de Gaza, nesta segunda-feira (25/8), gerou reações negativas até do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Aos repórteres na Casa Branca, Trump afirmou que não tinha conhecimento prévio da ofensiva.
Os dois mísseis lançados por Israel deixaram ao menos 20 pessoas mortas, incluindo cinco jornalistas. No momento do ataque, uma equipe de resgate fazia a retirada de corpos das vítimas do primeiro míssil.
“Eu não sabia disso”, declarou o presidente norte-americano em uma entrevista coletiva. “Bem, eu não estou feliz com isso. Não quero ver isso. Ao mesmo tempo, temos que acabar com esse pesadelo”.
Entre os mortos no bombardeio, estavam Mohammad Salama, da rede Al Jazeera; o cameraman da agência Reuters Hussam al-Masri; e os jornalistas freelancers Mariam Abu Daqqa, Ahmed Abu Aziz e Moaz Abu Taha. No início de agosto, forças israelenses já haviam matado outros cinco jornalistas da Al Jazeera, em Gaza.
O Sindicato dos Jornalistas Palestinos afirma que, desde outubro de 2023, mais de 240 jornalistas palestinos foram mortos por disparos israelenses. O Comitê para Proteção dos Jornalistas pediu que a comunidade internacional responsabilize Israel pelos ataques à imprensa.
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“Duas a três semanas”
No Salão Oval da Casa Branca, em outra coletiva nesta segunda, Trump também afirmou que reforçou o pedido pelo fim da guerra ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
“Acho que nas próximas duas a três semanas, vocês vão ter um final bastante conclusivo”, declara. “É difícil dizer, porque eles lutam há milhares de anos, se você quer saber. Isso tem sido um foco constante, mas acho que estamos fazendo um ótimo trabalho”.
Os Estados Unidos são um aliado histórico de Israel e, durante a administração Biden, vetaram diversas propostas de cessar-fogo à guerra na Organização das Nações Unidas (ONU).
Outras reações da comunidade internacional
O presidente francês Emmanuel Macron também comentou o ataque israelense, classificando-os como “intoleráveis” e pedindo para que Israel respeite o direito internacional.
O Ministério das Relações Exteriores da Alemanha cobrou uma apuração rigorosa do bombardeio e afirmou estar “chocado”. Já o secretário-geral da ONU, António Gutierrez, condenou veementemente o assassinato de palestinos no Hospital Nasser em um comunicado.
O primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu, classificou o ataque como um “trágico acidente” e afirmou que as autoridades israelenses estão conduzindo uma investigação sobre os fatos.
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