O ex-presidente Barack Obama publicou, nesta quinta-feira (25/9), uma crítica a falas que associam, sem comprovação científica, o uso de medicamentos por gestantes e o nascimento de crianças com autismo. A postagem ocorre após fala de Donald Trump na última segunda-feira (22/9), durante coletiva na Casa Branca, em que o republicano associou o uso de Tylenol ao aumento de casos de autismo. O remédio é o medicamento a base de paracetamol mais comum no país.
“Temos pessoas no poder fazendo afirmações genéricas sobre certos medicamentos e autismo que têm sido continuamente refutadas”, escreveu Obama em publicação no X. “O grau em que esses comentários podem prejudicar a saúde pública, prejudicar mulheres grávidas e gerar ansiedade em pais que têm filhos autistas — é uma violência contra a verdade”.
- Leia também: Por que governo Trump quer ligar uso de Tylenol a autismo em crianças - e por que especialistas contestam isso
Na publicação, Obama aparece em vídeo em que afirma que o sucessor estaria fazendo um “espetáculo na Casa Oval” com afirmações sobre medicamentos que tem sido “continuamente desmentidas”. O ex-presidente ainda declarou que a fala de Trump “mina a saúde pública”, pode prejudicar mulheres grávidas e gera ansiedade para pais que têm filhos autistas”.
“Muito do que está sendo alardeado como esses aumentos massivos, na verdade, tem a ver com o alargamento dos critérios dentro desse espectro, de forma que as pessoas possam realmente ter acesso a serviços e ajuda”, defende o democrata.
OMS desmente Trump
Os comentários feitos por Trump durante a coletiva foram amplamente desmentidos e repudiados por associações. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que "não existe um vínculo comprovado entre o paracetamol e o autismo". A fala foi feita pelo porta-voz da agência das Nações Unidas, Tarik Jasarevic, em Genebra.
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Além de Trump, o secretário de Saúde dos Estados Unidos, Robert Kennedy Jr., endossou o que chamou de “epidemia de autismo” no país. Os dois fizeram ainda comentários contrários à vacinação.
A associação Autistas Brasil também repudiou a fala do republicano, a qual chamou de “eugenista”. Segundo a organização, o discurso reforça estigmas e ameça políticas inclusivas.
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