ALERTA

Furacão Melissa atinge Cuba depois de provocar estragos na Jamaica

As autoridades cubanas informaram que 735 mil pessoas abandonaram suas residências, em particular nas províncias de Santiago de Cuba, Holguín e Guantánamo

O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês) classificou o furacão como
O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês) classificou o furacão como "extremamente perigoso" - (crédito: RAMMB/CIRA / AFP)

O poderoso furacão Melissa atingiu o leste de Cuba nesta quarta-feira (29/10), com ventos máximos de 195 km/h, depois de perder força e ser rebaixado para categoria 3 após atingir com ventos fortes e chuvas torrenciais a Jamaica.

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O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês) classificou o furacão como "extremamente perigoso" em sua chegada a Cuba, após a passagem pela Jamaica, declarada "zona de desastre" pelas autoridades.

"Melissa tocou o solo na província de Santiago de Cuba, perto da localidade de Chivirico", às 7h10 GMT (4h10 de Brasília), informou o NHC em seu boletim mais recente.

O ciclone, que poucas horas antes havia se fortalecido para categoria 4, provocou 10 mortes: três na Jamaica, três no Haiti, três no Panamá e uma na República Dominicana.

"Melissa deve permanecer como um furacão poderoso enquanto se desloca por Cuba", indicou o NHC. 

As autoridades cubanas informaram que 735.000 pessoas abandonaram suas residências, em particular nas províncias de Santiago de Cuba, Holguín e Guantánamo.

Em El Cobre, uma localidade de Santiago de Cuba, agentes da Proteção Civil tentavam resgatar 17 pessoas que ficaram isoladas após a cheia de um rio e um deslizamento de terra, informou o jornal estatal Granma.

"Que não nos faça tanto dano", rogou Floraina Duany, moradora da região, de 82 anos, à Virgem do Cobre, a padroeira de Cuba.

Melissa tocou o solo na Jamaica por volta do meio-dia local de terça-feira como furacão de categoria 5 (a máxima) com ventos máximos sustentados de até 295 km/h, o mais intenso que já afetou a ilha desde o início dos registros meteorológicos.

A tempestade levou horas para atravessar a Jamaica, o que reduziu seus ventos para a categoria 3, antes de uma nova intensificação.

O primeiro-ministro da Jamaica, Andrew Holness, declarou que a ilha é uma "zona de desastre". As autoridades afirmaram que os moradores devem permanecer protegidos devido ao risco contínuo de inundações e deslizamentos de terra.

"Parte de nosso teto foi arrancado pelo vento, outra parte desabou, toda a casa está inundada. As edificações externas, como os currais para os animais e a cozinha, também foram destruídas", declarou à AFP Lisa Sangster, moradora do sudoeste da Jamaica.

Kingston, a capital, foi relativamente pouco afetada, segundo Mathue Tapper, um morador de 31 anos. "Tenho a impressão de que o pior já passou", contou à AFP, embora dissesse estar muito preocupado com as zonas rurais.

As autoridades alertaram a população a ter cuidado com os crocodilos, que, por causa das inundações, poderiam representar uma ameaça.

A potência de Melissa supera a de alguns furacões como o Katrina, que devastou a cidade de Nova Orleans em 2005.

Na segunda-feira, o primeiro-ministro Holness havia advertido a população sobre as consequências do furacão nas áreas mais atingidas. "Não acredito que haja infraestrutura nesta região que possa resistir a um furacão de categoria 5", declarou.

"Para a Jamaica, será a tempestade do século até agora", afirmou Anne-Claire Fontan, da Organização Meteorológica Mundial.

A ONU anunciou na terça-feira a intenção de enviar por avião cerca de 2.000 kits de emergência à Jamaica a partir de Barbados o mais breve possível.

- "Estado de alerta" -

As autoridades cubanas declararam "estado de alerta" em seis províncias: Granma, Las Tunas, Holguín, Camagüey, Santiago de Cuba e Guantánamo.

Desde segunda-feira, a população começou a estocar mantimentos e a reforçar os telhados de suas casas com cordas. As aulas e atividades não essenciais foram suspensas.

A previsão era de até um metro de chuva, com inundações repentinas e deslizamentos de terra também previstos no Haiti e na República Dominicana.

No Haiti, as autoridades ordenaram o fechamento de escolas, comércios e escritórios administrativos nesta quarta-feira.

Os cientistas afirmam que a mudança climática causada pelo ser humano intensificou as grandes tempestades, aumentando sua frequência.

O meteorologista Kerry Emanuel explicou que o aquecimento global está fazendo com que mais tempestades se intensifiquem rapidamente, como ocorreu com Melissa, o que aumenta o risco de chuvas extremas.

"A água mata muito mais pessoas do que o vento", disse à AFP.

O último grande furacão que afetou a Jamaica foi Beryl, em julho de 2024, uma tempestade anormalmente forte para essa época do ano.

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AF
postado em 29/10/2025 07:20
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