
Autoridades australianas decidiram nesta segunda-feira (15/12) endurecer as leis sobre porte de armas, um dia após um homem e o filho terem matado 15 pessoas que celebravam o feriado judaico de Hanukkah — a Festa das Luzes — em uma praia de Sydney. Uma menina de 10 anos está entre os mortos no ataque na praia de Bondi, além de um sobrevivente do Holocausto e um rabino. Outras 42 pessoas foram hospitalizadas, segundo a polícia.
O primeiro-ministro Anthony Albanese convocou reunião com os governadores dos estados e territórios australianos e concordou com eles em "fortalecer as leis sobre armas". O gabinete de Albanese informou que os presentes concordaram em explorar maneiras de aprimorar a verificação de antecedentes para proprietários de armas de fogo, impedir que estrangeiros obtenham licenças para porte e limitar os tipos de armas legalizadas.
Massacres são raros na Austrália desde 1996, quando um atirador matou 35 pessoas na cidade turística de Port Arthur. O massacre levou a reformas abrangentes que foram consideradas por muito tempo um padrão global. Mas os ataques de domingo levantaram novas questões sobre como os atiradores obtiveram as armas. Segundo a emissora ABC News, eles podem ter vínculos com o grupo jihadista Estado Islâmico.
A polícia ainda investiga a motivação do crime, mas as autoridades afirmaram que o ataque foi claramente planejado para aterrorizar a comunidade judaica. "O que vimos foi um ato de pura maldade, um ato de antissemitismo, um ato de terrorismo em nossas praias", disse Albanese, antes de depositar um buquê de flores no Bondi Pavilion.
Os agressores agiram a partir de um calçadão que levava à praia, que estava lotada de banhistas em uma tarde quente de verão. Quase mil pessoas estavam reunidas para celebrar o feriado judaico. Usando armas longas, eles dispararam contra a área por 10 minutos até que a polícia matou o pai, de 50 anos. O filho, de 24, foi preso e está hospitalizado com ferimentos graves.
A polícia encontrou uma bomba caseira em um carro estacionado perto do local e afirmou que o "artefato improvisado" provavelmente havia sido plantado pelos homens. Após os ataques, informações falsas se espalharam on-line, algumas delas direcionadas contra imigrantes e a comunidade muçulmana. A polícia informou ontem que recebeu relatos de várias cabeças de porco abandonadas em um cemitério muçulmano a sudoeste de Sydney.
Herói
Durante o ataque, algumas pessoas correram para a praia para resgatar crianças, socorrer os feridos e confrontar os atiradores. Os australianos aclamaram como "herói" um homem que lutou com um dos atiradores, desarmando-o e salvando muitas vidas.
O aclamado é o vendedor de frutas Ahmed al-Ahmed, 43 anos, imigrante de origem muçulmana, filmado desarmando um dos atiradores. O canal de notícias 7News identificou o "herói" como Ahmed al-Ahmed, 43 anos, que teria sido baleado duas vezes e está hospitalizado.
Uma série de ataques antissemitas semeou o medo entre as comunidades judaicas na Austrália após o ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra em Gaza. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou o ato como "puramente antissemita".

Mundo
Diversão e Arte