
Um carro-bomba matou nesta segunda-feira (22/12) um general russo no sul de Moscou, poucas horas após negociações, separadas, de representantes russos e ucranianos em Miami sobre um plano para tentar acabar com a guerra.
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Kiev não comentou a morte do general de alta patente, mas os investigadores russos afirmaram que investigam se a explosão estava "relacionada com os serviços especiais ucranianos".
Desde o início da ofensiva da Rússia contra a Ucrânia, em fevereiro de 2022, Kiev foi acusada diversas vezes de executar ataques contra personalidades e comandantes militares na Rússia e em áreas ocupadas por Moscou no país vizinho.
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O tenente-general Fanil Sarvarov, 56 anos, era o diretor do departamento de formação operacional do Estado-Maior. Ele morreu em um bairro residencial do sul de Moscou quando a bomba colocada sob seu veículo foi detonada.
Correspondentes da AFP no local viram um SUV Kia branco destruído. As forças de segurança isolaram a área e os investigadores examinavam os destroços.
O Comitê de Investigação da Rússia, responsável pelos inquéritos de crimes graves, afirmou que estava "trabalhando em várias linhas de investigação sobre o assassinato". Uma delas envolve a possível organização do crime por parte dos serviços especiais ucranianos".
Sarvarov lutou nas campanhas do Exército russo no Cáucaso Norte, incluindo a da Chechênia na década de 1990, segundo sua biografia oficial no portal do Ministério da Defesa. Também comandou as forças russas na Síria em 2015-2016.
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Negociações prosseguem
O Kremlin ainda não se pronunciou sobre o assassinato, que aconteceu após três dias de conversações em Miami e no momento em que o governo dos Estados Unidos intensifica os esforços para negociar o fim da guerra.
O negociador ucraniano Rustem Umerov e o enviado especial americano Steve Witkoff elogiaram no domingo o "progresso" das negociações.
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O enviado russo Kirill Dmitriev também se reuniu com a delegação americana, também integrada por Jared Kushner, genro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Witkoff classificou as reuniões de "produtivas e construtivas".
Os diálogos foram impulsionados pelo plano de 28 pontos apresentado pelos Estados Unidos no mês passado, uma proposta inicial criticada por ser muito favorável à Rússia.
O plano foi alterado após os diálogos com a Ucrânia e os países europeus, mas o conteúdo da proposta não foi revelado publicamente.
A Ucrânia afirma que o país ainda precisaria fazer concessões importantes, como ceder toda a região leste do Donbass à Rússia.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, expressou ceticismo sobre se a Rússia realmente quer o fim do conflito, que provocou dezenas de milhares de mortes e devastou o leste e o sul da Ucrânia.
O Kremlin negou nesta segunda-feira que deseja recriar a União Soviética, assumir o controle de toda a Ucrânia e de mais territórios no leste da Europa, depois que a agência Reuters informou que serviços de inteligência americanos chegaram à conclusão de que Putin buscava muito mais do que controlar o leste do país vizinho.
Não é a primeira vez que uma explosão do tipo mata uma autoridade russa. Em abril, a explosão de um automóvel perto de Moscou matou o general Yaroslav Moskalik, vice-comandante do Estado-Maior.
Em dezembro de 2024, o comandante das forças russas de defesa radiológica, química e biológica, Igor Kirilov, morreu na explosão de um patinete elétrico na capital do país. O assassinato foi reivindicado pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU).
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O blogueiro militar russo Maxim Fomin morreu na explosão de uma estatueta em um café em São Petersburgo, em abril de 2023. Em agosto de 2022, um carro-bomba matou Daria Dugina, filha do ideólogo ultranacionalista Alexandr Dugin.

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