O pescador Jose Alvarenga, natural de El Salvador, foi processado pela família do mexicano Ezequiel Cordoba. Juntos, os dois foram dados como mortos após saírem para pescar em um pequeno barco no litoral do México, em novembro de 2012. Com o motor pifado, os dois foram arrastados mar adentro. No final de janeiro de 2014, 14 meses depois, apenas o salvadorenho retornou. Ele surgiu em uma praia nas Ilhas Marshall, no lado oposto do Oceano Pacífico. O caso, além de gerar repercussão, abriu discussões sobre o paradeiro de Cordoba.
O mexicano morreu ao não suportar as dificuldades em alto mar, como a escassez extrema de água e comida. No entanto, o que fez com que o colega tenha suportado o período de mais de um ano com vida? Afinal, foram percorridos 10 mil quilômetros.
Vivo e com estado de saúde estável, Alvarenga atraiu a atenção das autoridades. Hipóteses de que ele teria cometido canibalismo após presenciar a morte do companheiro, ou até mesmo de um eventual homicídio para que pudesse se alimentar, vieram à tona.
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Ele, desde o começo, negou em diversas oportunidades que tenha cometido qualquer ato condenável contra o amigo. De acordo com Alvarenga, Cordoba morreu depois de dois meses em alto mar.
"Quando o Ezequiel morreu, eu fiquei seis dias com o corpo dele ainda no barco, sem saber o que fazer. Mas começou a cheirar mal e tive que jogá-lo no mar. Foi a decisão mais difícil que tomei na vida", afirmou, à época. Mesmo assim, as suspeitas continuaram. Alvarenga passou, inclusive, por um detector de mentiras, que confirmou a veracidade da versão dele. Nada foi provado.
Família do mexicano acreditou na versão de Alvarenga, mas mudou de ideia
Alvarenga cumpriu a promessa de visitar a família de Cordoba, ao voltar para casa. A ida tinha como objetivo contar, principalmente para a mãe do mexicano, o que havia acontecido. O salvadorenho teve o discurso bem recebido. No entanto, os familiares mudaram de ideia quando souberam que Jose havia vendido os direitos da história para um livro, lançado dois anos depois, chamado 438 Dias.
A partir daí, houve uma mudança radical de postura. A família de Cordoba decidiu processar Alvarenga. Uma indenização de 1 milhão de dólares (mais de R$ 5,5 milhões) foi pedida. Uma acusação formal de canibalismo também foi feita. O processo se arrasta na Justiça mexicana até hoje.
Segundo o advogado Ricardo Cucalón, responsável por defender o pescador, em entrevista para a revista Dq Living Magazine, o provável é que o caso seja arquivado por falta de provas e testemunhas. Afinal, apenas os dois viveram a situação de naufrágio. O livro não foi publicado no Brasil.
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