PANDEMIA

Artigo: "Por que não cadastramos todo mundo?"

"Se o agendamento é necessário aqui no DF, antecipar, então, a formação do banco de dados mostra-se mais do que fundamental. Assim, as autoridades teriam uma estimativa muito mais precisa da demanda por vacina de quem tem 58 anos, 57, 56 e por aí vai. Não dá para termos doses estocadas com tantas pessoas dispostas a serem imunizadas"

Roberto Fonseca
postado em 04/06/2021 06:00
 (crédito: Reprodução/https://vacina.saude.df.gov.br/)
(crédito: Reprodução/https://vacina.saude.df.gov.br/)

O Distrito Federal entra em uma nova fase na campanha de vacinação contra a covid-19. Começa hoje à tarde o agendamento de pessoas de 59 anos sem comorbidades, com a promessa de que terá prazo. As pessoas que não comparecerem no dia marcado poderão ser atendidas até cinco dias depois, no mesmo ponto de vacinação definido, depois disso só com documentos que justifiquem a falta, seja por motivos de saúde, viagem ou trabalho. A ampliação da faixa etária é, sim, uma boa notícia, mas é preciso que o processo seja célere para avançar rapidamente às demais idades.

Há um incontestável gargalo na aplicação das doses. Temos visto uma baixa procura nos postos. Com isso, toda a estrutura montada para imunização da população está subutilizada. Já não seria hora, por exemplo, de iniciar o cadastramento de todos moradores por faixa etária? Se o agendamento é necessário aqui no DF, antecipar, então, a formação do banco de dados mostra-se mais do que fundamental. Assim, as autoridades teriam uma estimativa muito mais precisa da demanda por vacina de quem tem 58 anos, 57, 56 e por aí vai. Não dá para termos doses estocadas com tantas pessoas dispostas a serem imunizadas.

Outro ponto que precisa ser reforçado pelas autoridades sanitárias é a importância da imunização contra a covid-19. Temos visto um aumento nas últimas semanas do movimento antivacina nas redes sociais, principalmente no WhatsApp e Telegram. Mensagens apócrifas e vídeos fora de contexto voltaram a circular numa velocidade impressionante. Não tenho dúvida alguma que a redução na procura pelas doses é reflexo disso. É preciso, então, que campanhas de conscientização sobre a eficácia da CoronaVac, da Pfizer, da AstraZeneca, entre outras, sejam realizadas pelas autoridades. É fundamental combater a desinformação.

Vejo também como fundamental reforçar a defesa do uso de máscaras. Assim como sabemos que a utilização de álcool em gel e levar as mãos com água e sabão são eficazes para evitar a disseminação do vírus, a proteção facial é superior a 90% na retenção de partículas. Isso precisa ser dito sempre à população. Afinal, nunca é demais lembrar que seguimos no meio de uma guerra contra um inimigo invisível. A pandemia não está nem perto de acabar. Ainda em junho, o país vai atingir meio milhão de mortos pelo novo coronavírus. E a terceira onda bate à porta. Cuide-se!

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