Visão do Correio

Impactos da vacinação

No levantamento, realizado entre 20 e 26 de junho, a Fiocruz relaciona oito unidades da Federação que estavam com mais de 80% de ocupação dos leitos de UTI para covid-19

Correio Braziliense
postado em 04/07/2021 07:00
 (crédito: Paul Hennessy/ Divulgação)
(crédito: Paul Hennessy/ Divulgação)

Na edição do Boletim Observatório Covid-19/Fiocruz, divulgada na última quinta-feira, a Fundação Oswaldo Cruz traz uma notícia animadora em meio à tragédia que já tirou a vida de mais de 500 mil brasileiros. O estudo mostra que o avanço na vacinação já produz resultados positivos no combate ao coronavírus, com queda na média móvel de mortes — até então, a mais baixa desde 8 de março, com recuo de 24%, acumulados em 12 dias consecutivos de baixa. Também aponta melhora nas taxas de ocupação de leitos nas unidades de terapia intensiva (UTIs) no país. Mas alerta que o contágio, com média de 72 mil casos diários, ainda continuava em patamares muito altos, superiores ao do mesmo período do ano passado.

No levantamento, realizado entre 20 e 26 de junho, a Fiocruz relaciona oito unidades da Federação que estavam com mais de 80% de ocupação dos leitos de UTI para covid-19, na zona classificada como de alerta crítico: Paraná (94%), Santa Catarina (92%), Tocantins (90%), Mato Grosso do Sul (88%), Sergipe (88%), Roraima (87%), Goiás (85%) e o Distrito Federal (81%). A fundação observa que o grupo em situação mais grave é o menor desde o boletim de 1° de fevereiro, quando sete estados estavam nessa condição. E destaca que em 15 de março, no pior momento de sobrecarga na ocupação de leitos de UTIs, o país chegou a ter, simultaneamente, 24 estados e o DF em situação crítica.

No bloco de alerta intermediário, com ocupação entre 60% e 79% dos leitos de UTI, o estudo relaciona os seguintes estados: Amazonas (63%), Rio de Janeiro (63%), Espírito Santo (63%), Pará (64%), Rio Grande do Norte (72%), Ceará (74%), Bahia (75%), Mato Grosso (75%), Minas Gerais (75%), Pernambuco (76%), Piauí (76%), São Paulo (76%), Alagoas (77%), Maranhão (79%) e Rio Grande do Sul (79%). E no grupo de alerta baixo, com menos de 60% dos leitos ocupados, vêm Acre (37%), Amapá (55%), Rondônia (58%) e Paraíba (59%).

No país, o número de vacinados com a primeira dose se aproxima dos 80 milhões de habitantes, cerca de 50% da população adulta. No boletim, a Fiocruz destaca a importância de a parcela mais vulnerável da população ter sido a primeira a receber doses de imunizantes contra a covid-19. E ressalta que esse fator foi determinante para a redução na mortalidade por coronavírus. Apesar da atual melhora no quadro, a Fiocruz alerta para a necessidade de estados e municípios não afrouxarem as medidas protetivas contra o vírus enquanto a pandemia não chegar ao fim ou estiver completamente sob controle no país e com toda a população efetivamente vacinada.

Quando se olha para o contexto global, o alerta da Fiocruz faz ainda mais sentido. Mesmo com a vacinação mais adiantada que o Brasil, países como o Reino Unido e Portugal decidiram colocar o pé no freio no relaxamento das ações contra o coronavírus diante do crescente número de infecções provocadas pela variante Delta. Identificada primeiramente na Índia, a cepa avança mundo afora e colocou diversos países da Europa em estado de alerta. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, adiou o fim das restrições. Portugal voltou a adotar o toque de recolher. E Alemanha, Espanha e França estudam medidas para frear o vírus. Como vemos, não é hora de ninguém baixar a guarda contra a covid-19.

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Futebol
Quero parabenizar o colunista Marcos Paulo Lima pelo artigo de 26/06, relativo à exuberante campanha da Itália na Eurocopa. A equipe técnica do treinador Roberto Mancini, formada pelos seus ex-colegas da Sampdoria do início dos 90, têm uma importância histórica muito grande na Itália, pouco conhecida no Brasil. Minha família morou em Milão no período e foi uma surpresa gigantesca quando um time liderado por italianos mundialmente desconhecidos (Mancini, Vialli e Lombardo) foi campeão do campeonato italiano com folga (e vice da Champions League), desbancando times muito mais badalados da época: Milan, de Van Basten e Gullit, Inter, de Matthäus e Klinsmann, Napoli, de Maradona e Careca, Juventus, de Baggio e Schillaci. O colunista é muito bem informado mesmo, viramos seus fãs.
Luiz Gustavo Domingues Casulari da Motta, Lago Norte


Plano Safra
Divulgado o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2021/2022 (28/06), esse tornou-se frustrante para o agronegócio, quando o aumento de 6,3 % com relação ao Plano anterior não cobre a alta dos juros de 10%no período. Para as agriculturas de médio e pequeno porte, o PAP contemplou 19% a mais que o Plano anterior. Por um lado, investir no pequeno agricultor ou na agricultura familiar é algo promissor, pois 70% da produção agrícola do país provem desta. Por outro, o baixo percentual apresentado para a agricultura de grande porte, no qual o custo de produção é elevado, mostra uma falha naquela agricultura que produz commodities, ou seja, estão na pauta de exportação, e que tem sua importância também no mercado interno.
Enedino Corrêa da Silva, Asa Sul


Corrupção
Em publicação anterior do Correio Braziliense, de minha autoria, tão logo surgiu a imprevisível pandemia da covid-19, afirmei que essa terrível doença seria um campo fértil para os corruptos. Não deu outra. Desde então, temos, pela mídia, notícias das atrocidades cometidas por representantes dos governos federal, estaduais e municipais com relação às negociatas, por baixo dos panos, referentes a esse inimaginável surto de doença que, só no Brasil já vitimou mais de 500 mil vidas. Agora se vê uma CPI para “elucidar e responsabilizar” os responsáveis por essa hecatombe. Será? O que se descortina, apesar do disse não disse, e do baixo nível dos entendimentos, são exemplos de como ocorrem tais tratativas de Lesa-Pátria e que afetam de forma fatal significativas parcelas da população. O triste é saber que, dependendo da nossa justiça, principalmente da Suprema Corte, a maioria desses graúdos envolvidos, com certeza, deverá ficar impune.
Vilmar Oliva de Salles, Taguatinga


Automobilismo
Grande novidade na Stock Car. Com a impossibilidade da presença de Matías Rossi na etapa de Cascavel, Rubens Barrichello terá seu filho como companheiro de equipe na próxima etapa da Stock Car. Dudu Barrichello vai estrear na categoria. Algo que dificilmente vemos no futebol vai rolar no automobilismo, pai e filho competindo juntos, será que o pai vai colocar o filho de castigo se levar uma ultrapassagem durante a corrida? Acelera, garoto!
José Ribamar Pinheiro Filho, Asa Norte


Voto
Tenho ouvido muito sobre voto impresso e urna eletrônica. Primeiro, acredito no trabalho do TSE, entretanto, se houve alguma eleição fraudulenta, esta foi a Presidência da República de 2006, senão vejamos. No primeiro turno, o presidente Lula teve aproximadamente 47 milhões de votos e o Alckmin em torno de 40 milhões, o que credenciou os dois para o segundo turno. Na eleição final, o presidente obteve, mais ou menos, 58 milhões de votos, sendo reeleito, e Alckmin caiu para 37 milhões, o que indica que, além de não manter os eleitores do primeiro turno, não conseguiu agregar votos dos candidatos que ficaram pelo caminho no primeiro turno, o que soa estranho.
Paulo César Ferreira, Asa Sul


Eleições
Há no ser humano uma propensão ao contraditório e à transcendência. E o elemento transcendente não se manifesta apenas nas expressões religiosas, na política, na economia nos clubes de futebol, nas orientações sexuais, mas também em relação à cultura e à realidade social, quando o indivíduo assume comportamento reflexivo e respeitoso perante as situações humanas com as quais nos deparamos no cotidiano, sejam elas individuais, coletivas, nacionais ou internacionais. O cidadão se torna justo, espiritualizado e respeitoso quando o seu modus operandi e seu posicionamento ante as diferenças, ao contraditório, às celeumas e aos imbróglios, não é rotulado como recalcitrante, irascível, nefasto e antagônico. Será que temos alguém com esse perfil para a eleição presidencial de 2022?
Renato Mendes Prestes, Águas Claras

Desabafo

Pode até não mudar a situação, mas altera sua disposição

Impeachment, sim. O presidente sempre segurou, sadicamente, as alças do caixão funerário da covid.
Eduardo Pereira — Jardim Botânico


Covaxin: a vacina que tirou o povão da letargia e o levou para as ruas contra o pseudodemocrata, candidato a déspota.
Giovanna Gouveia — Águas Claras


Governo Bolsonaro: 914 dias de fúria, regressão, empobrecimento, desesperança, embromação, invencionice, desmatamento, corrupção, desemprego, fome, miséria e morte.
Joaquim Antunes de Carvalho — Asa Norte


É de assustar o valor do aluguel que a Secretaria de Saúde paga. Onde estão TCDF, MPDF e CLDF, que não se manifestam?
Sebastião Machado Aragão — Asa Sul

 

Charge

 (crédito: kleber)
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