Opinião

Um gesto que salva vidas

Correio Braziliense
postado em 26/11/2021 06:00

"Somos todos do mesmo sangue." Com esse mote, hemocentros de todo o país realizam uma campanha nesta última semana do mês para celebrar o Dia Nacional do Doador de Sangue, 25 de novembro, com ações que seguem até o próximo domingo. No grupo H. Hemo, a Semana do Doador — "Atitude tá no sangue", ocorre até amanhã, em diversos centros coletores, entre eles Minas Gerais, Distrito Federal, São Paulo, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Ceará e Rio Grande do Norte.

Também a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) lançou este ano o programa "Um só sangue", que congrega várias ações e compartilhamento de informações para estimular o ato de doar sangue o ano inteiro. Além de destacar a importância do gesto que ajuda a salvar vidas, as campanhas visam incentivar novos doadores e manterem os estoques de bolsas de sangue em níveis seguros.

Essa ação é fundamental, tendo em vista que as festas de fim de ano e o carnaval costumam ser períodos de baixa no estoque de sangue em todo o país e sobretudo por conta da pandemia de covid-19, quando houve queda de até 50% no número de doações em algumas regiões do Brasil. Contudo, as doenças continuam existindo, e muitas delas demandando transfusões.

É importante ressaltar que, mesmo durante esta época de pandemia, os atendimentos nos hemocentros vêm ocorrendo, preferencialmente, por meio de agendamento, de forma a evitar aglomerações e reduzir a possibilidade de transmissão do vírus, seguindo todos os protocolos de segurança.

Mesmo sendo um ato simples e rápido (dura cerca de 50 minutos), o Brasil tem um baixo número de doadores voluntários. De acordo com informações do Ministério da Saúde, 1,8% da população doa sangue de forma regular. Esse percentual é inferior aos 2% definidos como ideais pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), mas fica bem atrás dos 5% registrados em países da Europa. O país não tem uma cultura de doação voluntária, ato de cidadania que precisa ser estimulado.

O sangue doado é separado em hemácias, plaquetas, plasma e crioprecipitado, podendo beneficiar até quatro pacientes em apenas uma unidade coletada. Esses componentes são distribuídos para hospitais públicos e particulares para atender casos de emergência e de pacientes internados com necessidade de receber transfusão. As doações voluntárias são fundamentais para manter os estoques de plaquetas, que ajudam no controle de sangramentos e são utilizadas em tratamentos e cirurgias.

A doação de sangue é um processo tranquilo e seguro. A quantidade retirada é de, no máximo, 450ml de sangue. É pouco para quem doa e muito para quem precisa. Ao se candidatar a doador, o voluntário precisa passar por uma entrevista rigorosa com o objetivo de garantir na triagem a segurança dele e de pacientes que vão receber o sangue.

Podem ser doadores pessoas com idades entre 16 e 69 anos, sendo que a primeira doação deve ser feita, obrigatoriamente, até os 60 anos. Menores de 18 anos, só com autorização por escrito dos responsáveis legais. Além disso, o doador precisa pesar mais de 50 quilos e ter IMC maior ou igual a 18,5, não ingerir bebida alcoólica nas 12 horas anteriores e não fumar duas horas antes. É necessário apresentar documento de identificação oficial com foto. Alguns medicamentos ou doenças podem impedir a doação, e é importante se informar antes.

As campanhas de doação de sangue são fundamentais para garantir os estoques dos hospitais em níveis adequados e também para sensibilizar novos doadores. A doação voluntária é um gesto de amor e solidariedade e precisa ser estimulada para ajudar a salvar vidas. Por isso, a data comemorativa ao doador de sangue. Além da gratidão a quem já faz essa ação altruísta, incentiva mais e mais pessoas a abraçarem essa causa.

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