ELEIÇÕES 2022

Análise: algum candidato vai conseguir tirar Lula ou Bolsonaro do segundo turno?

A soma do voto espontâneo entre Lula e Bolsonaro atinge praticamente três quintos (59%) do eleitorado, enquanto todos os nomes da terceira via não chegam a 10%. A diferença é grande

Roberto Fonseca
postado em 25/03/2022 06:00 / atualizado em 25/03/2022 11:33
 (crédito: Ricardo Stuckert/Instituto Lula e Clauber Cleber Caetano/PR)
(crédito: Ricardo Stuckert/Instituto Lula e Clauber Cleber Caetano/PR)

As peças no tabuleiro da disputa presidencial de outubro voltaram a se mexer. O ato de filiação do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin ao PSB, as discussões sobre a permanência (ou saída?) de Eduardo Leite do PSDB e o encontro do PL, no próximo domingo, que vai confirmar a candidatura do presidente Jair Bolsonaro à reeleição apimentaram as discussões na cúpula do poder, com um grande questionamento: há algum fato que poderá acabar com a polarização existente hoje?

A exatos 191 dias do primeiro turno das eleições, todas as pesquisas de intenção de votos sinalizam para um segundo turno entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Bolsonaro, que está em tendência de alta, com melhora nos índices de avaliação do governo. Como nenhum dos nomes que tentam se apresentar como terceira via embala até agora, há um movimento entre os tucanos para fazer uma substituição na chapa que o PSDB terá na disputa pelo Planalto.

Hoje, o governador de São Paulo, João Doria, é o nome. Mas como bem deixou claro o deputado federal Aécio Neves, em entrevista ao programa CB.Poder, há uma movimentação para urgir o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ao comando da chapa do PSDB. Uma decisão terá que ser tomada em breve. Afinal, o prazo para desincompatibilização e troca de partido termina em uma semana — há a chance de Leite migrar para o PSD, a convite do ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

Veremos na semana que vem, então, um festival de despedidas e lançamentos de candidaturas. Ministros vão deixar o governo de olho em uma vaga nos governos locais ou no Congresso. A troca de partidos promete ser intensa também — mais de 10% dos atuais parlamentares mudaram de legenda desde o início do mês. Tradicionalmente, a reta final é a mais agitada, com grandes surpresas.

E a corrida presidencial, como fica? O troca-troca partidário corre o risco de mudar o cenário? A mais recente pesquisa Ideia/Exame mostra que não. A soma do voto espontâneo entre Lula e Bolsonaro atinge praticamente três quintos (59%) do eleitorado, enquanto todos os nomes da terceira via não chegam a 10%. A diferença é grande. E qualquer outsider terá um grande montanha para escalar.

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