Música

Artigo: Beatles forever

Na pré-adolescência no interior da Bahia, mais precisamente em Barreiras, com toda a atenção, ouvia na Rádio Nacional e no serviço de auto-falante da Praça Duque de Caxias, canções tradicionais da músicas brasileira — à época ainda não era chamada de MPB —, na voz de Ângela Maria, Dalva de Oliveira, Nora Ney, Linda Baptista, Cauby Peixoto, Jorge Goulart, Orlando Silva

Na pré-adolescência no interior da Bahia, mais precisamente em Barreiras, com toda a atenção, ouvia na Rádio Nacional e no serviço de auto-falante da Praça Duque de Caxias, canções tradicionais da músicas brasileira — à época ainda não era chamada de MPB —, na voz de Ângela Maria, Dalva de Oliveira, Nora Ney, Linda Baptista, Cauby Peixoto, Jorge Goulart, Orlando Silva.

Para mim foi um choque, ao chegar a Brasília, tomar conhecimento de I want to hold your hand, tocada no programa de Galeb Baufaquer, na Rádio Alvorada. Um compacto com este iê-iê-iê e a romântica Love me do foi o primeiro disco que comprei, na Discoteca Paulistinha, na W3 Sul.

Desde então, me tornei fã da mais importante banda da história do pop-rock universal. Contribuíram também para isso os filmes Os Reis do Iê Iê Iê e Help, que assisti no Bruni Art, cinema que havia no edifício Vale do Rio Doce — atualmente ocupado pela Secretaria da Fazenda do Governo do Distrito Federal.

O que me levou a essas doces recordações foi Mais que palavras — The Beatles por trás das letras, documentário já disponível no canal Curta! On. Um exemplo: os hippies e entusiastas do movimento Flower Power, em 1967, acreditavam que Lucy in the sky with diamonds, trazia nas letras iniciais do título, clara referência a uma substância lisérgica, o LSD.

No entanto, segundo declaração de John Lennon, autor da composição, o nome dado à canção nada tinha a ver com o alucinógeno e que havia se inspirado em um desenho cheio de cores do filho Julian, no jardim da infância. Várias décadas depois, Charles Moeller e Cláudio Botelho, diretores e encenadores cariocas, criaram Beatles num céu de diamantes. O musical, há mais de 10 anos em cartaz no Rio de Janeiro, foi visto pelos brasilienses no auditório master do Centro de Convenções Ulysses Guimarães e no Teatro da Unip. Já o assisti incontáveis vezes.

Para mim, os Beatles continuam imbatíveis. No meu acervo, tenho reunidos incontáveis itens, entre os quais livros, fotos, camisetas e, claro, CDs e DVDs. Rubber soul e Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band são os da minha preferência. Da imensa lista de belas canções do legado beatle cito as que me dão maior prazer ao ouvir: Here, there and ewerywere, Here comes the sun, Hey Jude, Let it be, Something e Yesterday; sem esquecer Imagine, de Lennon em carreira solo.

Só assisti a concerto dos Beatles na internet, mas fiz cobertura para o Correio Braziliense de todos os shows de Paul McCartney no Brasil. Em 21 de abril de 1990, no Rio de Janeiro (Maracanã), quando, inclusive, participei da coletiva de imprensa; em 21 de novembro de 2010, no Morumbi (São Paulo); e em 24 de novembro de 2014, aqui na cidade, no Estádio Mané Garrincha. Três anos antes, estava presente no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, ao lado de quatro mil pessoas, para aplaudir Ringo Starr. Em todos esses eventos fui tomado pela emoção.

A admiração pelos Beatles me levou a Londres e Liverpool, em 2019. Na capital inglesa atravessei a mítica Abbey Road, em frente ao prédio onde estão instalados estúdios homônimos utilizados pela banda. Estive também no Museu Madame Tussauds, onde fiquei impressionado com a semelhança de John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr retratados nas imagens de cera.

Já em Liverpool, passei pelos diversos endereços relacionados com a história dos Fab Four. Fui três vezes ao Cavern Club e assisti a shows de duas bandas covers; e me detive em frente à gigantesca escultura dos Beatles na região portuária da cidade. Permaneci por quase três horas no The Liverpool Beatles Museum; participei da Magical Mistery Tour, durante a qual os turistas conhecem as casas onde Lennon e McCartney moraram antes da fama. Ah,sim: Visitei também a histórica Igreja de Eleanor Rigby e o Strawberry Fields, jardim de um orfanato mantido pelo Exército da Salvação. Essa viagem reforçou minha condição de beatlemaníaco, algo que cultivo — como revelei no início deste texto — desde que ouvi pela primeira vez I want to hold your hand.

 


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