ARTIGO

A força da iniciativa privada para um mundo mais sustentável

Dividir o encargo de proteger a rica biodiversidade brasileira é uma decisão acertada pela necessidade de engajamento e conscientização de que a questão do meio ambiente necessita

O Sesc Pantanal abriga a maior reserva particular do patrimônio natural do país -  (crédito:  Jeferson Prado)
O Sesc Pantanal abriga a maior reserva particular do patrimônio natural do país - (crédito: Jeferson Prado)

JOSÉ ROBBERTO TADROS, presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)

Há 35 anos, o Brasil deu um relevante passo na proteção de sua biodiversidade ao possibilitar a criação de reservas particulares do patrimônio natural (RPPN). Uma importante ferramenta de conservação do meio ambiente que permite a preservação de espécies da fauna e da flora nativas da região em que estão inseridas. Desde a publicação do decreto que oficializa a medida, em janeiro de 1990, já foram criadas mais de 1,5 mil unidades de conservação em todo o país.

Em 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, mais conhecida como ECO-92, realizada no Rio de Janeiro, tornou oficial a aplicação do conceito de desenvolvimento sustentável e deixou clara a relação de dependência dos seres humanos com a natureza. Foi um evento de grande relevância para a sociedade e colocou na pauta de muitas instituições a causa socioambiental.

O Sistema CNC-Sesc-Senac trouxe para si essa responsabilidade de fazer algo efetivo para a conservação da natureza. Dessa forma, foi criado o polo socioambiental Sesc Pantanal, com a missão de promover a preservação do meio ambiente com educação ambiental, por meio do ecoturismo, das pesquisas científicas e do desenvolvimento comunitário, tornando-se referência para todo o país.

O polo abriga a maior reserva particular do patrimônio natural do país. A RPPN Sesc Pantanal tem 108 mil hectares e é um laboratório a céu aberto do Pantanal primitivo. Detém em sua área 250 espécies de plantas e mais de 630 espécies de animais, incluindo a fauna ameaçada de extinção, como a onça-pintada, o tamanduá-bandeira e o lobo-guará.

Reconhecida internacionalmente como Sítio Ramsar e Zona Núcleo da Reserva da Biosfera desde 2002, presta serviços ecossistêmicos essenciais, como a purificação da água, o sequestro de carbono e a regulação do clima. É ainda uma referência em pesquisas, com mais de 500 publicações científicas, elaboradas a partir do trabalho de investigação de pesquisadores de instituições brasileiras e estrangeiras.

Na linha de frente da conservação, a RPPN conta com colaboradores pantaneiros com amplo conhecimento sobre o ecossistema e um grupo de brigadistas experientes, além de equipamentos importantes, como pás carregadeiras e câmeras de detecção de focos de calor, que contribuem com o combate ao fogo em toda a região.

Em 2010, o polo socioambiental expandiu sua atuação em Mato Grosso para o Cerrado. Considerado a caixa d'água do Brasil, o bioma protege as nascentes do Rio Cuiabá, que deságuam no Pantanal. Localizado em Rosário Oeste, o Sesc Serra Azul é um parque ambiental com mais de 5 mil hectares, voltado para o turismo de aventura e contemplação. O local abriga a Reserva Natural Sesc Serra Azul, responsável pela proteção de animais em risco de extinção.

O Sesc também atua na preservação de outros importantes biomas brasileiros. No Norte do Brasil, a RPPN Sesc Tepequém, no município de Amajari, em Roraima, é considerada uma das principais unidades de conservação ambiental do estado e é área de soltura de animais silvestres. No litoral de São Paulo, a Reserva Natural Sesc Bertioga protege um importante remanescente florestal com 60 hectares de Mata Atlântica. No Ceará, a Reserva Ecológica Sesc Iparana, em Caucaia, preserva os últimos fragmentos de floresta de tabuleiro existentes na Região Nordeste do país. Mais recentemente, em julho de 2024, foi oficializada a criação da RPPN Sesc Bonito, em Mato Grosso do Sul.

Dividir o encargo de proteger a rica biodiversidade brasileira é uma decisão acertada. Não apenas porque vivemos em um país de abrangência continental, mas também pela necessidade de engajamento e conscientização de que a questão do meio ambiente necessita. Trabalhar por uma sociedade mais sustentável é um compromisso que o Sistema Comércio assumiu há mais de três décadas e no qual continua empenhado, com ações desenvolvidas a partir de parâmetros como o fortalecimento da cidadania e a promoção de uma cultura igualitária.

 


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Por Opinião
postado em 22/07/2025 06:05
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