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Daniela canta Chico

Daniela Mercury fez, em Brasília, a estreia nacional de Uma Chica, espetáculo que celebra a obra de Chico Buarque de Holanda, com as sessões superlotadas

. -  (crédito: Celia Santos/Divulgação)
. - (crédito: Celia Santos/Divulgação)

Há três décadas, ia sempre à Bahia, nas férias, no período de verão. Naquela época, curtia muito o carnaval de Salvador, que promovia a melhor festa de rua do país, com seus vários blocos recheados de foliões. Entre eles, muitos brasilienses, principalmente nos desfiles entre os bairros Barra e Ondina.

Quem me chamou a atenção para aquele evento soteropolitano foi Daniela Mercury, que, no embalo de Canto da Cidade, veio a Brasília para fazer show, gratuito, na área em frente ao Centro Comercial Gilberto Salomão — à época, o point dos jovens na capital federal.

Em 1992, Daniela foi a atração da primeira edição da Micarecandanga, que ocorreu entre o Eixão Norte e o Estádio Mané Garrincha. Depois, voltaria outras vezes à micarê, como os brasilienses costumavam chamar o evento. Ela sempre se mostrou solícita para conversar com a imprensa local. Eu a entrevistei várias vezes, voltei a fazê-lo no último fim de semana, antes do show que a trouxe de volta ao teatro da Caixa Cultural.

De sexta-feira a domingo, ela fez a estreia nacional de Uma Chica, espetáculo que celebra a obra de Chico Buarque de Holanda, com as sessões superlotadas — no último dia, foram duas. Em todas, houve abertura do filho, cantor e violonista Gabriel Mercury. Dono de bela voz, também interpretou composições buarqueanas — entre elas, Beatriz, uma das mais belas canções da MPB que integra o roteiro do musical Grande Circo Místico.

Irradiando simpatia, Daniela, acompanhada por banda de quatro músicos, passeou por clássicos da importância de Atrás da porta, Cálice, Caravanas, Cotidiano, Geni, O que será? e Retrato em branco e preto, sendo aplaudida delirantemente pelo público que lotou aquele importante espaço, atualmente comemorando 45 anos de existência.

O show foi produzido por Malu Verçosa, companheira de Daniela — saudada por ela —, que incluiu no cenário, formado por quadros com desenhos de mãos espalmadas, uma bandeira do movimento LGBTQIA .

 

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postado em 19/08/2025 06:01
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