Futebol

Carlo Ancelotti e o fardo de Pedro e Vitor Roque

O técnico da Seleção Brasileira precisa testar os centroavantes do Flamengo e/ou do Palmeiras antes da Copa do Mundo de 2026, mas pesa contra eles uma desconfiança: o bate-volta no futebol europeu

Opinião Esportes 1810 -  (crédito: Caio Gomez)
Opinião Esportes 1810 - (crédito: Caio Gomez)

O jogo de amanhã entre Flamengo e Palmeiras, às 16h, no Maracanã, pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro, deveria servir para o técnico Carlo Ancelotti sentar-se na tribuna de honra com biscoitos Globo em uma das mãos e mate na outra para escolher de camarote o camisa 9 da Seleção para a Copa do Mundo de 2026. Filipe Luís ostenta Pedro, de 28 anos. Abel Ferreira desfruta de Vitor Roque, 20. Resta saber se o técnico italiano os quer. O que pesa contra eles? O bate-volta na Europa.

Fique por dentro das notícias que importam para você!

SIGA O CORREIO BRAZILIENSE NOGoogle Discover IconGoogle Discover SIGA O CB NOGoogle Discover IconGoogle Discover

Comissões técnicas importadas como a do Carlo Ancelotti levam esse detalhe em conta. O Barcelona investiu 30 milhões de euros na compra de Vitor Roque. Pouco aproveitado, não vingou. Foi emprestado ao Real Bétis. Vale ponderar: o concorrente dele na posição era o polonês Lewandowski, eleito o melhor do mundo em 2020.

A Fiorentina despejou 14 milhões de euros nos cofres do Fluminense na contratação de Pedro. O centroavante também não se firmou na Itália. A preferência, à época, era por Dusan Vlahovic. O sérvio veste a 9 da Juventus. Artilheiro isolado do Brasileirão, Kaio Jorge custou 7 milhões à Velha Senhora. O centroavante revelado pelo Santos regressou ao país para vestir a camisa do Cruzeiro. Lidera a artilharia com 15 gols, mas o passado na Itália pesa. Carlo Ancelotti convocou uma vez e não chamou para os amistosos na Ásia.

Leia também Carlo Ancelotti e os meias postiços da Seleção

Estepe de Kaio Jorge, Gabigol teve oportunidades na Internazionale da Itália e no Benfica de Portugal. Retornou ao Brasil, virou ídolo do Flamengo, mas fechou as portas do mercado europeu. O Cruzeiro dificilmente o venderá a um clube de ponta do Velho Continente.

Ao elaborar a convocação, um técnico como Carlo Ancelotti coloca na balança quem acumula mais jogos em partidas do mais alto nível técnico, físico e tático. A preferência, não se engane, é de quem está na Europa. Richarlison, João Pedro e Matheus Cunha atuam na Premier League. Nem falei do Gabriel Jesus. Alguma dúvida de que o italiano o chamará na primeira oportunidade quando ele estiver curado?

Deveria pesar a favor de Pedro o fato de ter ido à Copa do Mundo de 2022 com Tite. Se quiser, Carlo Ancelotti pode consultar o Adenor e ouvirá ótimas referências. Afinal, Pedro foi o artilheiro do amigo no Flamengo até sofrer a grave lesão nos ligamentos. Coincidentemente, em um treino da Seleção brasileira sob o comando de Dorival Júnior. A mobilidade de Vitor Roque é uma virtude, mas até que ponto ele é dependente da parceria com Flaco López. Funcionaria sem o argentino?

Pedro e Vitor Roque merecem ao menos um teste nos amistosos de novembro contra Senegal e Tunísia, mas a possibilidade de Flamengo e Palmeiras decidirem o título da Libertadores pode virar empecilho. O tempo é escasso. A Seleção fecha para balanço depois da Data Fifa do mês que vem. Restarão os duelos de março contra europeus, mas dificilmente haverá margem para testes. A força máxima será testada nos últimos jogos antes da lista final. Uma última curiosidade: o último jogador com artilharia do Brasileirão no currículo titular da Seleção na Copa foi Fred, em 2014.

 


  • Google Discover Icon
MP
postado em 18/10/2025 06:05 / atualizado em 18/10/2025 09:29
x