ARTIGO

Um Natal de luz e paz

Espero que o Natal seja um momento de reflexão, de adotarmos uma postura mais altruísta e de começarmos a pensar em um Brasil menos desigua

. -  (crédito: Reprodução/Freepik)
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Não poderia escrever sobre outro tema. O Natal carrega uma magia que dispensa qualquer explicação. É o momento da confraternização em família, do abraço entre amigos que não se veem há tanto tempo, mas, também, do olhar para o próximo, da busca pelo perdão e da capacidade de se doar.

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Nesta noite, enquanto milhões de brasileiros celebrarem o nascimento do Menino Jesus à beira de uma mesa farta, a outros milhões restarão a solidão, o abandono e a desesperança. O cheiro do peru, do tender e do pernil assados será um contraste com a fome abjeta, cruel e perversa — uma tortura psicológica e física a açoitar o estômago de tantos cidadãos desassistidos.

Espero que o Natal seja um momento de reflexão, de adotarmos uma postura mais altruísta e de começarmos a pensar em um Brasil menos desigual, menos movido pela força do capital e menos tomado pelo ódio e pela polarização política. (Atenção, não é um discurso comunista!) Que, nesta noite de Natal, um sorriso seja farol para o próximo. De preferência, acompanhado por um prato de comida farto, entregue a quem foi tragado pelas intempéries da vida.

Guardo as mais lindas recordações de Natal em família. Minha saudosa e amada avó, Terezinha, reunia a todos na sala, antes da ceia, para uma oração. Cada um agradecia, à sua maneira, pelas graças alcançadas ao longo do ano. Depois, ela entoava: "Caminhemos, caminhemos, à lapinha de Belém, visitar o Deus-Menino Que salvar o mundo vem" e "Noite feliz". Era impossível conter as lágrimas e não sentir amor.

Minha avó partiu em setembro de 2024. Mas, cada um de nós tornou-se um pedacinho dela. Terezinha deixou impregnado em nossa família o senso de união, de pertencimento, de comunhão. De uma forma ou de outra, ela estará conosco hoje à noite.

Seja qual for sua fé, o Natal é uma oportunidade única para valorizarmos o que existe de melhor em nós e reverenciarmos a figura de Jesus Cristo, como quer que você o conceba. Mas o Natal, além da solidariedade e da esperança de dias melhores, é tempo de acreditar. Na força imensurável do amor. Na fraternidade que nos faz a todos irmãos. Na certeza de dias melhores.

Ao mesmo tempo, penso no Natal das famílias e das crianças cristãs da Faixa de Gaza e da Ucrânia. Em como deve ser difícil vislumbrar a paz sem sequer poder agarrá-la. Também nos venezuelanos e cubanos, castigados por anos de sanções e de regimes autoritários que esvaziaram-lhes os bolsos, roubaram-lhes os sonhos e cercearam-lhes a liberdade.

Penso, também, nos palestinos cristãos, que hoje formam apenas 3% da população, e em como será difícil vencerem os bloqueios do Exército israelense para chegar até a Basílica da Natividade, na "lapinha" de Belém, na Cisjordânia. No dia seguinte, terão que conviver com mais opressão, incursões militares e expansão de assentamentos judaicos.

 

 

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postado em 24/12/2025 06:00
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