Covid-19: por que é importante tomar a segunda dose da vacina

Completar o ciclo de vacinação é importante para aumentar os anticorpos contra o vírus da covid-19 e diminuir a transmissão comunitária da variante Delta no DF. A capital possui 54 pontos de vacinação disponíveis para tomar a segunda dose do imunizante

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postado em 22/07/2021 16:52 / atualizado em 20/08/2021 10:36
 (crédito: Geovana Albuquerque / Agência Saúde)
(crédito: Geovana Albuquerque / Agência Saúde)

Completar a imunização contra a covid-19 é um dos passos para que a pandemia causada pelo novo Coronavírus, o Sars-CoV-2, chegue ao fim. Apesar de o ritmo da vacinação ter se acelerado durante as últimas semanas na capital, quase sete meses depois da primeira pessoa vacinada no Distrito Federal, o grau de imunização coletiva ainda está no caminho de ser alcançado e muitas pessoas que tomaram a primeira dose das vacinas não voltaram aos postos para completar a proteção contra o vírus. Tomar apenas uma dose nos esquemas vacinais que exigem dose dupla de vacinação (usada em todas as vacinas, exceto a do laboratório norte-americano Janssen, de dose única) pode colocar em risco não apenas a vida de uma pessoa, mas de muitos ao seu redor.

“O indivíduo que toma apenas uma dose não recebe o reforço, atingindo uma proteção menor e por menos tempo, sobretudo contra as formas graves e críticas da doença”, afirma a médica Dra. Lívia Gomes, referência técnica distrital em infectologia da Secretaria de Saúde do DF. Com isso o impacto não é apenas individual, mas também coletivo. “Com mais pessoas sem a imunização completa, haverá maior facilidade para manutenção da transmissão do vírus, sobretudo de cepas virais mais agressivas - variantes de preocupação (VOC)”, explica a médica que ainda adverte a população a respeito da alta transmissibilidade da variante Delta. 

No último final de semana, em três dias de mutirão, o DF registrou recorde de vacinação. A capital vacinou 135 mil pessoas. Até o final desta terça-feira (27/07), foram registrados o total de 1.265.625 pessoas que já tomaram a primeira dose da vacina contra a covid-19 em Brasília. Deste total, 479.762 pessoas completaram o esquema de vacinação tomando as duas doses da vacina. O total de pessoas que tomaram a vacina de dose única foi de 50.858 pessoas. Os dados do número de vacinados na capital são atualizados diariamente pela Secretaria de Saúde, para saber basta consultar o Vacinômetro, que é atualizado todos os dias às 19h30. Clique na imagem para ver a atualização:

Vacinometro
Vacinometro (foto: GDF)

Segundo a pasta responsável pela saúde do DF, na capital não é preciso agendar para tomar a segunda vacina. “Basta comparecer ao posto de vacinação na data marcada no cartão, quando da aplicação da primeira dose. É preciso apresentar o cartão onde está registrada a data de aplicação da primeira dose e o fabricante da vacina”, afirmou em nota. O atendimento do público que já tem reforço previsto no cartão de vacinação ocorre em 54 postos (clique aqui para acessar endereços).

 

A importância da 2ª dose

Um fato que comprova a importância de tomar a segunda dose da vacina é a queda do número de mortes por idosos e a diminuição do número de pacientes com a forma grave da doença. Segundo a médica infectologista do Hospital de Base (HBDF), designada pela Secretaria de Saúde para atuar em ações de prevenção, quadro clínico e casos suspeitos de Coronavírus no DF, “houve expressiva redução no número de pacientes acometidos com formas graves e críticas, consequentemente de internações e de óbitos, principalmente entre os mais idosos que já conseguiram completar o esquema de duas doses”.

Questionada sobre a taxa de transmissão do vírus e como avalia a evolução da vacinação em Brasília, a Secretaria informou que vem registrando queda nas internações de idosos nas UTIs voltadas ao tratamento do covid-19. “Até o início de julho, todas as faixas etárias acima de 60 anos apresentaram queda nas internações a partir do mês de maio. Em pouco mais de cinco meses a SES-DF vacinou mais de 100% da população com mais de 70 anos com a primeira dose, percentual que foi ultrapassado com a imunização no DF de pessoas de outros estados. A redução (de casos e mortes) está diretamente associada ao início da vacinação”, respondeu a pasta.

A proteção gerada contra o Sars-CoV-2 pela vacinação é normalmente medida por anticorpos. Segundo experimentos recentes, cientistas constataram maior número de anticorpos em vacinados com a segunda dose de imunizantes contra a covid-19 do que em infectados. A pesquisa foi apresentada no início do mês de julho no 31° Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas (ECCMID).

 

Ação e intervalo entre vacinas

No Brasil, atualmente estão disponíveis e licenciadas vacinas de quatro fabricantes, elas são de três tipos: Vírus inativado (Coronavac), Vetor viral (Astra Zeneca e Janssen) e vacinas de RNAm (Pfizer). “Um dos princípios da imunização é a indução da memória imunológica. Quando o indivíduo recebe uma vacina, o sistema imunológico é ativado, gerando células de memória. Estas células são responsáveis em proteger o indivíduo, caso infectado pelo vírus de verdade, provocando uma resposta imunológica ainda mais intensa, mais rápida e específica do que aquela desenvolvida na ocasião da vacina”, explica a Dra. Lívia.

Com exceção da vacina da Janssen, que é de dose única, cada uma delas possui um intervalo cientificamente testado de melhor eficácia comprovada após se tomar a segunda dose. “Os estudos realizados para as demais vacinas foram feitos com aplicação de duas doses, portanto a eficácia prometida só é atingida com o esquema completo de duas aplicações. A segunda dose aumenta a proteção e ajuda a prolongá-la”, conta a Dra. Lívia. 

 

(foto: Correio Braziliense)

 

Síndrome pós-covid

Com a contaminação do vírus Sars-CoV-2, muitos pacientes podem desenvolver sequelas ocasionadas pela doença. Vítimas da covid-19 geralmente têm capacidade respiratória limitada e necessitam de equipe especializada para acompanhamento. Após o número elevado de casos, o GDF passou a oferecer serviços para o tratamento desses tipos de traumas. “Após a Covid, pacientes podem permanecer com capacidade respiratória limitada, o que causa cansaço, fadiga e limitação funcional. A rede pública conta com cinco Ambulatórios de Saúde Funcional (ASF) que oferecem reabilitação pulmonar nos hospitais regionais de Taguatinga, Asa Norte, Ceilândia, Hospital de Base e Hospital Universitário de Brasília (HUB)”, informou a Secretaria.

Além desses serviços, na UBS 5 de Taguatinga a equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF) montou um grupo de auxílio que oferece acompanhamento direcionado a pacientes que tiveram Covid-19. “O atendimento é prestado por fisioterapeutas, farmacêuticos, fonoaudiólogos, assistentes sociais e nutricionistas, além do apoio da equipe médica da UBS. A participação ocorre tanto por demanda espontânea, quanto por encaminhamento pelas equipes da própria UBS”, inteirou a pasta.

Segundo o painel covid-19 disponibilizado pelo GDF, no Distrito Federal, até o final desta terça-feira (27/07), foram registrados 431.129 casos de pessoas recuperadas após contrair o novo Coronavírus e 9.578 mortes também ocasionadas pela doença.

Escrito por: Sarah Paes

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