A Polícia Federal adiou o depoimento do ex-juiz federal e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, que seria nesta sexta-feira (02), às 13h, na Superintendência da PF em Curitiba. A oitiva, na condição de testemunha, é no âmbito do inquérito que investiga a organização e o financiamento de atos antidemocráticos.
Segundo a defesa de Moro, a PF entrou em contato na manhã desta sexta-feira informando da necessidade de adiar o depoimento. O motivo informado foram questões técnicas e logísticas. A oitiva ainda não foi reagendada. Moro foi intimado no último dia 18.
O inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) foi aberto em abril deste ano pelo ministro Alexandre de Moraes, após pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras. O fato gerador do pedido de Aras foi a manifestação, no dia 19 de abril, Dia do Exército, que contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro, em Brasília. Foram vistos cartazes pedindo o fechamento do STF e por um novo Ato Institucional nº 5 (AI-5), considerado determinante para a supressão das liberdades individuais e a consolidação da ditadura militar, baixado em 13 de dezembro de 1968.
Quebra de sigilo
Em junho, Moraes determinou a quebra de sigilo de 10 deputados federais e um senador bolsonaristas, no âmbito do inquérito, a partir de um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Apoiadores do presidente também foram alvo de busca e apreensão.
Naquele mês, em pedido de cautelares, a PGR ressaltou a relação entre os deputados e as manifestações e observou, ainda, que sites e youtubers bolsonaristas lucraram com a divulgação de conteúdo relativo aos protestos, sendo que transmissões ao vivo com a participação de Bolsonaro são especialmente lucrativas.
Os filhos do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), prestaram depoimento recentemente no âmbito do inquérito.
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