SENADO

Para Jayme Campos, denúncia de Chico Rodrigues precisa respeitar pauta

Presidente do Conselho de Ética do Senado afirmou que representação contra colega de legenda ainda não chegou formalmente. "É necessário aguardar", disse.

Bruna Lima
postado em 15/10/2020 20:53 / atualizado em 15/10/2020 20:54
 (crédito: Senado/ reprodução)
(crédito: Senado/ reprodução)

Enquanto o Judiciário se movimenta nas sanções contra o senador Chico Rodrigues (DEM/RR) e ex-vice-líder de governo, flagrado com dinheiro entre as nádegas durante uma operação da Polícia Federal, um grupo de senadores elabora uma representação para apuração dos fatos no Conselho de Ética da Casa. Com outras denúncias acumuladas diante das paralisações das atividades durante a pandemia, contudo, a deliberação do caso pode ficar empacada.

Ao Correio, o presidente do Conselho de Ética do Senado, o parlamentar Jayme Campos (DEM/MT), destacou ser necessário cumprir a ordem da pauta. “É preciso respeitar o cronograma das denúncias. Sobretudo porque há materiais acumulados pelo tempo em que as atividades foram interrompidas”, alegou Campos, que, além de presidir o conselho, é colega de legenda de Chico.

O democrata mato-grossense não quis tecer comentários sobre as investigações que miram o ex-vice-líder de Bolsonaro. “Por enquanto, está nas mãos da Justiça e um posicionamento de forma precipitada, antecipada, poderia não passar de mera especulação e juízo de valores. É necessário aguardar”, se resguardou Campos.

A representação é elaborada pelo grupo Muda Senado, que inclui parlamentares de vários partidos e espectros políticos. A justificativa é de que a ação, além de dar abertura ao processo que decide o futuro do mandato do senador no âmbito legislativo, dá oportunidade ao parlamentar de esclarecer os fatos e apresentar suas versões aos demais senadores. As medidas disciplinares possíveis vão desde advertência à perda de mandato.

No âmbito judiciário, Chico Rodrigues teve o afastamento temporário por 90 dias determinado pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). No despacho, o ministro alega que a medida é necessária para que o caso seja investigado “de modo a impedir que se utilize de seu cargo para dificultar as investigações ou para, ainda mais grave, persistir no cometimento de delitos”.

Chico Rodrigues foi alvo de mandados de busca e apreensão cumpridos pela PF durante a operação Desvid19, que apura um esquema de desvio de cerca de R$ 20 milhões em emendas parlamentares que seriam destinadas ao combate à covid-19 em Roraima. As equipes policiais encontraram R$ 30 mil em espécie na casa do senador, parte do valor escondido entre as nádegas.

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