ELEIÇÕES

Para Maia, Bolsonaro pode imitar Trump e questionar eleições de 2022

Na visão do presidente da Câmara, candidatos poderão se espelhar nos ataques de Trump ao processo eleitoral americano para colocar em dúvida lisura da apuração brasileira

Luiz Calcagno
postado em 06/11/2020 18:51 / atualizado em 06/11/2020 18:52
 (crédito: Caroline Antunes/Palácio do Planalto)
(crédito: Caroline Antunes/Palácio do Planalto)

Para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o governo Bolsonaro tem seis meses de implementação de medidas econômicas que definirão o restante do mandato. Más escolhas poderão prolongar a crise econômica e enfraquecer a candidatura à reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Maia falou durante uma live, nesta sexta-feira (6/11), ao ser questionado sobre a possibilidade de um candidato centrista. Na análise que fez, também levantou o risco de o presidente importar o método Donald Trump e questionar a lisura do processo eleitoral brasileiro.

“Em relação a 2022, temos que esperar seis meses. Temos que entender as decisões do governo. Os próximos seis meses de governo serão decisivos para o fortalecimento ou enfraquecimento. Somado a isso, estamos vendo nos Estados Unidos como os mais radicais trabalham o processo eleitoral, o que pode ser um espelho para o Brasil. O centro precisa procurar um caminho. Tem convergência com a parte liberal da economia do governo Bolsonaro, mas divergência com outras pautas”, avaliou.

Rumo

De acordo com Maia, a questão é compreender que rumo o governo dará à economia. Se Bolsonaro terminar o mandato enfraquecido, abrirá espaço para um número maior de candidatos disputar a próxima corrida eleitoral. “A gente deve, e pode, avançar na mudança do sistema eleitoral. O fim das coligações terá impacto em 2022. Podemos construir um acordo para caminhar para um sistema misto. O Brasil é um país continental. Tem chance de poder avançar”, ponderou.

O parlamentar comparou as possibilidades de escolha do governo com aquelas da ex-presidente Dilma Rousseff, e destacou que é preciso saber, primeiro, se o governo vai enfrentar a crise com as reformas, ou se tentará, por exemplo, furar o teto de gastos. Vai enfrentar, ou não? Pois o Brasil pagará a conta antes de chegar em 2022. Defendo a reforma, o teto de gastos. Vimos o governo Dilma com decisões muito populares. O Fies foi de R$ 1 bilhão para R$ 13 bi, e de R$ 13 bi para R$ 14 bi. Depois, tivemos uma recessão”, contrapôs.

“Todas as políticas dentro do teto são populares. Fora do teto, são populistas. E o governo vai ter que tomar iniciativas. Se estiver forte, organiza outras forças. No Rio de Janeiro, (Marcelo) Crivela está mal, e enfrenta 10 candidatos. Se estivesse bem, teria cinco. O governo, se não se organizar, vai ter dificuldade e abrir um cenário político para outras correntes construírem suas candidaturas para 2022”, afirmou. “A Câmara, até 1º de fevereiro, continuará com essa pauta de reorganização do estado, que é nossa atribuição dentro do processo democrático”, completou.

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