VICE-PRESIDENTE

Mourão minimiza pólvora de Bolsonaro: 'acho que se referiu a aforismo antigo'

Presidente disse na terça-feira (10/11), em evento no Palácio do Planalto, que "quando acaba a saliva, tem que ter pólvora", em fala direcionada ao presidente eleito dos EUA, Joe Biden

Sarah Teófilo
postado em 11/11/2020 11:25 / atualizado em 11/11/2020 18:52
 (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press         )
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press )

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), minimizou nesta quarta-feira (11/11) a fala do presidente Jair Bolsonaro sobre usar “pólvora” quando a diplomacia não é suficiente. “Ele se referiu a um aforismo antigo que tem aí que diz que quando acaba a diplomacia entram os canhões. Foi a isso que ele se referiu", afirmou Mourão.

Na última terça, em evento no Palácio do Planalto, Bolsonaro fez um referência ao presidente eleito nos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, ainda que não o tenha citado. "Assistimos há pouco aí um grande candidato a chefia de Estado dizer que, se eu não apagar o fogo da Amazônia, ele levanta barreiras comerciais contra o Brasil. E como é que podemos fazer frente a tudo isso? Apenas a diplomacia não dá, não é, Ernesto (Araújo, ministro das Relações Exteriores)? Quando acaba a saliva, tem que ter pólvora, senão, não funciona. Não precisa nem usar pólvora, mas tem que saber que tem”, disse.

Mourão foi, ainda, questionado se as falas do presidente poderiam ter alguma consequência para as relações dos Brasil com os Estados Unidos. "Não causa nada. Isso aí tudo é figura de retórica, vamos aguardar, dê tempo ao tempo (...) Vamos ter calma, tá bom?”, disse.

Proteção ambiental

Biden tem como uma das suas principais bandeiras a proteção ambiental. Durante a campanha, ele chegou a ameaçar o Brasil com sanções econômicas caso não houvesse uma ação para frear o desmatamento e as queimadas na Amazônia. O presidente eleito ainda prometeu US$ 20 bilhões ao Brasil para a preservação da floresta.

Silêncio sobre eleição

Até o momento, o governo brasileiro não parabenizou Joe Biden pela vitória, como é de costume. Professor titular de relações internacionais da Universidade de Brasília (UnB), Eduardo Viola afirma que o Brasil e o México são os únicos países de regime democrático que não se pronunciaram sobre resultado das eleições. China e Rússia também sem mantêm em silêncio. O presidente Donald Trump não aceitou a derrota e fala em fraudes eleitorais. Segundo Viola, "é muito ruim que o Brasil seja um dos países que não reconheceram a vitória de Biden".

 

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