ELEIÇÕES

Ataques cibernéticos contra o processo eleitoral crescem nas eleições

Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Luís Roberto Barroso afirmou que um grupo hacker tentou sobrecarregar os sistemas do TSE. A ação orquestrada teria ocorrido no exterior

Luiz Calcagno
postado em 15/11/2020 18:29 / atualizado em 15/11/2020 18:29
 (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press)

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que o número de ataques cibernéticos aumentou nessas eleições. Ele falou brevemente com jornalistas no fim da tarde deste domingo (15/11). Durante a manhã, um grupo hacker atacou servidores do TSE com o intuito de derrubar a rede. Técnicos do tribunal conseguiram impedir a ação. A suspeita é de que o grupo atue no exterior.

Barroso fez o comentário ao falar sobre os casos de violência nas eleições. Conforme o Correio divulgou, pelo menos 84 candidatos morreram durante o período de campanha eleitoral. A cifra, que também conta com outras mais de 80 vítimas que sobreviveram a ataques, é um levantamento do coordenador do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), Pablo Nunes.

Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, entre esse sábado (14) e domingo (15), ocorreram 26 casos de ameaças contra candidatos, seis tentativas de homicídio e outros seis casos de lesão corporal. Especialistas apontam para o risco de parte das mortes ter ligação com o narcotráfico, interessado em ocupar ou retirar ocupantes de cargos políticos.

Barroso lembrou que nem todos os casos estão associados com o processo eleitoral. “(A violência) é um processo endêmico na sociedade brasileira que temos que enfrentar. E também se manifesta durante o período eleitoral. Mas não é especificamente eleitoral. É que os casos têm visibilidade política. Mas, quantitativamente, é pouco expressivo, embora qualquer ato de violência seja, em si, expressivo”, ponderou.

Aumento

De acordo com o ministro, o levantamento do Centro Integrado de Controle e Comando das Eleições registrou queda em praticamente todos os crimes em relação ao pleito de 2016. Ele não entrou em detalhes sobre o comparativo. “O único crime que teve ligeiro aumento foi o de ataques cibernéticos relacionados às eleições em geral, pela razão de que, anteriormente, eles não existiam, se comparar com 2016. Portanto, segundo o delegado da Polícia Federal (que coordena o centro integrado), esse é o único crime que teve algum acréscimo. Todos os outros diminuíram”, afirmou o ministro.

Além da tentativa de sobrecarregar os servidores, Barroso também falou sobre um vazamento de informações, que não soube precisar quando ocorreu, mas que garantiu não ser deste domingo. Ainda segundo o ministro, o conteúdo vazado também é antigo.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação