O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que o número de ataques cibernéticos aumentou nessas eleições. Ele falou brevemente com jornalistas no fim da tarde deste domingo (15/11). Durante a manhã, um grupo hacker atacou servidores do TSE com o intuito de derrubar a rede. Técnicos do tribunal conseguiram impedir a ação. A suspeita é de que o grupo atue no exterior.
Barroso fez o comentário ao falar sobre os casos de violência nas eleições. Conforme o Correio divulgou, pelo menos 84 candidatos morreram durante o período de campanha eleitoral. A cifra, que também conta com outras mais de 80 vítimas que sobreviveram a ataques, é um levantamento do coordenador do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), Pablo Nunes.
Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, entre esse sábado (14) e domingo (15), ocorreram 26 casos de ameaças contra candidatos, seis tentativas de homicídio e outros seis casos de lesão corporal. Especialistas apontam para o risco de parte das mortes ter ligação com o narcotráfico, interessado em ocupar ou retirar ocupantes de cargos políticos.
Barroso lembrou que nem todos os casos estão associados com o processo eleitoral. “(A violência) é um processo endêmico na sociedade brasileira que temos que enfrentar. E também se manifesta durante o período eleitoral. Mas não é especificamente eleitoral. É que os casos têm visibilidade política. Mas, quantitativamente, é pouco expressivo, embora qualquer ato de violência seja, em si, expressivo”, ponderou.
Aumento
De acordo com o ministro, o levantamento do Centro Integrado de Controle e Comando das Eleições registrou queda em praticamente todos os crimes em relação ao pleito de 2016. Ele não entrou em detalhes sobre o comparativo. “O único crime que teve ligeiro aumento foi o de ataques cibernéticos relacionados às eleições em geral, pela razão de que, anteriormente, eles não existiam, se comparar com 2016. Portanto, segundo o delegado da Polícia Federal (que coordena o centro integrado), esse é o único crime que teve algum acréscimo. Todos os outros diminuíram”, afirmou o ministro.
Além da tentativa de sobrecarregar os servidores, Barroso também falou sobre um vazamento de informações, que não soube precisar quando ocorreu, mas que garantiu não ser deste domingo. Ainda segundo o ministro, o conteúdo vazado também é antigo.
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