Eleições 2018

Luciano Hang nega ter financiado disparos em massa de mensagens

Ministério Público Eleitoral pediu a quebra de sigilo bancário e fiscal do empresário acusado de interferir no pleito que elegeu Jair Bolsonaro

Renato Souza
postado em 03/12/2020 12:45 / atualizado em 03/12/2020 16:02
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press - 6/9/19

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(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press - 6/9/19 )

O empresário Luciano Hang, das Lojas Havan, negou ter custeado disparos em massa de mensagens durante as eleições de 2018. O Ministério Público Eleitoral acusa o executivo de ter financiado a prática irregular para beneficiar o presidente Jair Bolsonaro durante a campanha.

O vice-procurador-geral eleitoral, Renato Brill de Góes, pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a quebra do sigilo bancário e fiscal do empresário, para avaliar se ele realmente financiou ou não as atividades ilegais. As diligências apontam que os valores supostamente repassados por Hang teriam operacionalizado a atuação de quatro empresas especializadas nos disparos em massa de mensagens pelo WhatsApp.

Na ação que pede a quebra de sigilo de Hang, o procurador solicitou que as ações que acusam a chapa do presidente Jair Bolsonaro e do vice, Hamilton Mourão, de abuso de poder econômico e uso irregular dos meios de comunicação sejam unificadas e tramitem de forma conjunta. O Ministério Público vê semelhanças nas acusações. O pedido também solicita que sejam aguardadas investigações do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre fake news e ataques contra o Poder Judiciário.

Defesa

A suspeita é que a estrutura usada para atacar as instituições seja a mesma que teria beneficiado Bolsonaro e Mourão na campanha. Em nota, a defesa de Luciano Hang negou as acusações. "Sobre o parecer do Ministério Público Eleitoral, o empresário Luciano Hang lamenta a confusão e imprecisão da Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE), ao comparar o impulsionamento realizado na página pessoal e particular no Facebook do empresário com as condutas que lhe são falsamente atribuídas de divulgação de compras de pacotes de disparos em massa de mensagens no WhatsApp", diz o texto.

Os defensores alegam que não existem provas de qualquer irregularidade por parte do cliente e dizem que os fatos foram levantados pela imprensa. "Em uma imprensa séria e independente, essa circunstância, aliada a absoluta falta de provas, seria suficiente para descredibilizar o relato. Porém, infelizmente, não foi isso que ocorreu", completa o texto.

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