Pandemia

Parlamentares pedem à China insumos para vacina contra covid-19

Presidente da Câmara, Rodrigo Maia tem encontro marcado com o embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming. Já o presidente das frentes parlamentares Brasil-China e dos Brics, Fausto Pinato, protocolou uma carta na Embaixada da China no país

Luiz Calcagno
postado em 19/01/2021 16:56
 (crédito: Maryanna Oliveira/Camara dos Deputados)
(crédito: Maryanna Oliveira/Camara dos Deputados)

A Frente Parlamentar Brasil-China e a Frente Parlamentar dos Brics na Câmara protocolaram, na Embaixada da China, uma carta ao presidente chinês Xi Jinping. No documento, assinado pelo presidente das frentes, Fausto Pinato (PP-SP), deputados pedem que o chefe do Executivo chinês intervenha para liberar a exportação do insumo farmacêutico ativo, chamado de IFA, ao Instituto Butantan e à Fundação Oswaldo Cruz. O receio é que sem os insumos, o Brasil não consiga garantir a produção dos imunizantes CoronaVac e Oxford/Astrazeneca para atender a população no combate à covid-19.

Além da ação de Fausto Pinato e dos integrantes das duas frentes parlamentares, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também entrou em cena para garantir que os produtos necessários para a fabricação de vacinas contra o coronavírus embarquem para o Brasil.

Maia marcou de encontrar com o embaixador chinês, Yang Wanming, para sensibilizá-lo e tentar mobilizar o governo chinês para que envie os insumos. Há um receio de que haja demora por conta do tratamento que o presidente da República, Jair Bolsonaro, e filhos dispensaram à vacina e à Embaixada Chinesa. O governo chegou a proibir que o embaixador chinês, Yang Wanming, se encontrasse com ministros, por exemplo.

No documento assinado pelo deputado Fausto Pinato, a Frente Parlamentar Brasil-China e a Frente Parlamentar dos Brics destacam ter como função “fortalecer as relações diplomáticas e comerciais entre os dois países, para que ambas as nações frutifiquem resultados, sobretudo nas áreas de indústria, saúde, tecnologia, agricultura e comércio, gerando empregos e renda a ambos os povos”. O encontro entre Maia e Yang Wanming foi revelado pela Folha.

“Reforço que o Brasil tem um profundo respeito à China, ao povo chinês e seus líderes, sobretudo a Vossa Excelência. No ensejo, eu externo a minha preocupação sobre o déficit no estoque do princípio ativo IFA — Ingrediente Farmacêutico Ativo, insumo essencial para a produção dos imunizantes CoronaVac e Oxford/AstraZeneca e de outras que possam ser aprovadas pela Anvisa — Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o nosso órgão regulador. Este princípio ativo, fornecido pela empresa Sinovac, encontra-se com estoque limitado no Instituto Butantan e na Fundação Oswaldo Cruz”, segue o texto dirigido ao presidente chinês.

“Grande esperança dos brasileiros”

Pinato também lembra que a CoronaVac, “grande esperança dos brasileiros”, é fruto da parceria entre os dois países, e o estoque atual, de 6 milhões de doses, já distribuído, atenderá apenas a 0,5% dos idosos e 34% dos profissionais de saúde brasileiros. “A interrupção do envio do princípio ativo IFA aos laboratórios brasileiros irá afetar, em um futuro próximo, a produção das vacinas CoronaVac e Oxford/AstraZeneca, comprometendo, consequentemente, o cronograma de vacinação dos brasileiros em todos os estados e municípios, que está em curso”, afirmou o parlamentar.

O texto encerra com o presidente das frentes parlamentares pedindo a intervenção de Xi Jinping “para liberar a exportação do princípio ativo IFA para o Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz, para que o Brasil não desacelere o seu programa nacional de vacinação”. “Afinal, o tempo é o maior inimigo na luta contra a covid-19. O Brasil é um dos países mais afetados pelo vírus em todo o mundo, com 8,5 milhões de infectados e mais de 210 mil mortos. Certo de Vossa atenção e compreensão, coloco-me à inteira disposição”, finaliza Pinato na carta.

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