PETROBRAS

Bolsonaro diz que falta fiscalização dos preços de combustíveis: "Poderia ser 15% mais barato"

Um dia após anunciar mudanças na presidência da Petrobras, presidente reclama da atuação dos órgãos de controle e diz que preços poderiam ser menores "se todos estivessem funcionando"

Augusto Fernandes
postado em 20/02/2021 21:19
 (crédito: Evaristo Sá/AFP)
(crédito: Evaristo Sá/AFP)

No dia seguinte ao anúncio da mudança no comando da Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro teceu críticas à empresa pelo preço dos combustíveis no Brasil. De acordo com ele, o valor da gasolina e do diesel poderia ser, no mínimo, 15% mais barato se a estatal e outros órgãos de controle trabalhassem adequadamente. Além disso, o mandatário criticou a falta de fiscalização contra preços abusivos das substâncias.

“Hoje em dia eu acho que a gasolina, o combustível, poderia ser, no mínimo, 15% mais barato, se todos os órgãos estivessem funcionando. Quem são todos os órgãos? Os órgãos de fiscalização ou de colaboração para fiscalizar. Temos Petrobras, Ministério de Minas e Energia, Receita Federal, que tem que ver nota fiscal e não vê, Inmetro, que pode aferir se os postos estão vendendo a quantidade certa de combustível”, ponderou o presidente.

As falas dele foram durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais do filho Eduardo Bolsonaro, deputado federal do PSL de São Paulo. O presidente reclamou que a formação dos preços dos combustíveis é bastante confusa, e que a consequência disso é a comercialização nos postos de gasolina por valores mais altos do que o normal.

“Você sabe que quando você coloca seu combustível no carro você não tem certeza se está marcando 30 litros lá no visor da bomba, se entraram 30 litros, você não sabe a qualidade desse combustível? Quando você vê a nota fiscal você também não sabe quanto de imposto é federal, quanto é estadual, quanto é a margem de lucro dos postos e quanto se paga também na questão da distribuição. Você não sabe de nada, é uma caixa preta. Tem locais no Brasil que postos de gasolina estão na mão de gente que realmente faz parte de organização criminosa”, acusou o presidente.

Bolsonaro defendeu que é preciso “buscar solução para isso” e garantiu que a indicação do general Joaquim Silva e Luna para a chefia da Petrobras no lugar do atual presidente Roberto Castello Branco vai possibilitar as mudanças necessárias. “Não vai faltar para nós, se Deus quiser, coragem de decidir, buscar o que é certo. Isso vai começar a mudar, começou a mudar já. Temos que tirar quem está na frente da Petrobras. O novo presidente, caso aprovado pelo conselho, espero que seja aprovado pelo conselho, vai dar uma nova dinâmica para a Petrobras”, comentou.

Irritado com o desempenho de Castello Branco, Bolsonaro reclamou do trabalho dele na estatal. “Vocês sabiam que desde março do ano passado o presidente da Petrobras está em casa, assim como toda sua diretoria? Não dá para governar, estar à frente de uma estatal dessa forma, coisas erradas acontecem”, criticou.

O presidente ainda garantiu que não interferiu na Petrobras ao indicar Silva e Luna para a presidência da empresa. “Não houve qualquer interferência na Petrobras, tanto é que continua esse reajuste de 15%. Você que diga se é abusivo ou não. E espero que até o dia 20, que é quando vai, de vez, sair esse atual presidente, ele não vai querer mais dar um percentual de reajuste no diesel e na gasolina. Vamos continuar sem interferir. Interferência zero. Contudo, vai ter transparência e previsibilidade.”

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação