STF

Bolsonaro lamenta decisão do STF sobre templos e chama Doria de "patife"

De moto e sem máscara, o presidente e comitiva foram a São Sebastião, onde visitaram casas de população de baixa renda. Decisão da Corte, segundo ele, "é absurdo dos absurdos".

Ingrid Soares
postado em 10/04/2021 14:29 / atualizado em 10/04/2021 17:35

De moto e sem máscara, o presidente Jair Bolsonaro aproveitou a agenda sem compromissos oficiais para dar um passeio em São Sebastião. A comitiva que o acompanhava, incluindo o ministro da Casa Civil, Eduardo Ramos, e o filho Carlos Bolsonaro, também não usava a proteção e entrou junto com o mandatário em uma casa de venezuelanos. No local, Bolsonaro reclamou de medidas restritivas e da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que concedeu a decisão de determinar o fechamento de igrejas e demais templos religiosos em todo o país em razão da pandemia de covid-19. Decisão da Corte, segundo ele, "é absurdo dos absurdos".

"Lamento superpoderes que o Supremo Tribunal Federal deu a governadores e prefeitos para fechar inclusive salas, igrejas, de cultos religiosos. É um absurdo dos absurdos. É o artigo quinto da Constituição. Não vale o artigo quinto da Constituição, não tá valendo mais, tá valendo o decreto do governador lá na frente", apontou. A visita foi postada pelo presidente nas redes sociais.

O chefe do Executivo repetiu a expressão “meu exército” e ressaltou que a corporação não participará de fiscalização nas ruas em prol da medida.

"Eu tenho o poder de, numa canetada, fazer um lockdown no Brasil todo, mas isso não será feito. O nosso Exército não vai para a rua para obrigar o povo a ficar em casa. Quem está fazendo isso tudo são governadores e alguns prefeitos. Eu acho que chegou no limite, essa política não está dando certo."
E completou: "o nosso Exército nunca irá à rua para forçar você a ficar em casa, nunca. O nosso exército [não] fará qualquer coisa contra a liberdade individual de vocês. E vocês sabem que em todos os momentos que vocês precisaram das Forças Armadas do Brasil, elas estiveram do seu lado; e não ao lado de possíveis governantes com viés ditatorial", afirmou.

O presidente ainda questionou se a população brasileira gostaria de ter que deixar o país para escapar de um regime ditatorial, a exemplo da Venezuela e comparou o lockdown a uma ditadura..

"Vocês estão vendo aqui jovens, meninas, venezuelanas. Você quer que a sua família vá um dia para outro país para fugir do regime autoritário? Vocês estão tendo experiência no Brasil de um pouco do que é ditadura, com essa política do 'fique em casa', toque de recolher, não pode ir à praia, não pode fazer mais nada. Não é para salvar você. Essa política, todos nós nos preocupamos com vidas, mas é uma política para sufocar a economia e desgraçar o país de vez. Se ficar em casa o dia todo você vai acabar morrendo de fome. Se eu entrar aqui nessa casa, eu não sei como está a geladeira. Mas cada vez tem menos coisa dentro da geladeira". No entanto, a geladeira da família em questão estava cheia: "Essa é uma das mais cheias que vi por aqui", riu.


Patife

Bolsonaro atacou indiretamente o governador de São Paulo João Doria por ter se aliado a ele para se eleger e chamou-o de patife.

“O que eles querem, como esse patife aí de São Paulo quer, é quebrar o Estado, quebrar o Brasil, para depois apontar os responsáveis. É coisa de patife, que é o caso desse cara aí de São Paulo que usou meu nome para se eleger", disse.

 

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