O presidente Jair Bolsonaro direcionou nesta segunda-feira (26/4) diversas críticas a governadores que impuseram medidas restritivas de circulação para conter o aumento de casos da covid-19 no país. Na Bahia, em uma rápida entrevista a jornalistas após cerimônia de entrega de 22 quilômetros da duplicação da BR-101, entre Feira de Santana (BA) e Divisa (SE), o mandatário pediu a prefeitos e governadores que "não esticassem mais a corda".
"É inconcebível os direitos que alguns governadores tiveram por parte do Supremo Tribunal Federal (STF). Nem (com) estado de sítio isso aconteceria no Brasil. Não estiquem a corda mais do que está esticada", afirmou. Questionado sobre o que aconteceria se a corda for "ainda mais esticada", Bolsonaro não respondeu.
Ao falar do STF, ele se refere a uma decisão de abril do ano passado na qual os ministros estabeleceram que governadores e prefeitos têm autonomia para decretar medidas de isolamento. Isso não impede que o próprio governo federal também tome medidas nesse sentido, mas o presidente sempre foi um crítico às medidas restritivas.
Questionado se usaria as Forças Armadas para acabar com toque de recolher nos estados, afirmou que as forças "estão aí para garantir a lei e a ordem e para cumprir integralmente a nossa Constituição".
"(Governadores e prefeitos) Estão ferindo o artigo 5 ou não? É só você ler os incisos do artigo 5 para ver se está sendo respeitado o direito de ir e vir, o direito de a pessoa ter o emprego, de ocupar o seu templo para exercitar a sua fé. É só ver se isso está sendo respeitado ou não por decreto de alguns governadores e prefeitos", disse.
Grito de independência
Ainda na visita ao estado da Bahia, Bolsonaro afirmou que "está chegando a hora de o Brasil dar um novo grito de independência". Não podemos admitir alguns pseudo governadores quererem impor a ditadura no meio de vocês, usando do vírus para subjugá-los. Nós tratamos a questão do vírus com muita responsabilidade, mas sempre disse que além do vírus, tínhamos que nos preocupar com a questão do desemprego”, frisou.
O mandatário ainda chamou de "idiota" uma repórter que o questionou sobre uma foto na qual aparece com uma placa com os dizeres 'CPF cancelado', expressão geralmente usada por alguns para se referir a pessoas mortas em ações registradas como confronto contra policiais.
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