CPI da Covid

"Tendência de blindagem", diz Eduardo Girão sobre configuração da CPI

Senador encabeçou o mandado de segurança enviado ao STF para tentar derrubar a relatoria de Renan Calheiros. Ele alega que a indicação compromete a credibilidade dos trabalhos

Bruna Lima
postado em 28/04/2021 16:48
 (crédito: Edilson Rodrigues)
(crédito: Edilson Rodrigues)

Ainda que se declarando parlamentar independente, o senador Eduardo Girão (Podemos/CE) é um dos principais membros da CPI da Covid a levar as pressões do governo federal para as discussões de trabalho. Candidato à presidência da comissão, o cearense perdeu as eleições e, consequentemente, a indicação da relatoria. Agora, faz forte oposição ao nomeado para o cargo, o senador Renan Calheiros (PMDB/AL), contra quem entrou com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar a escolha. "Esse conflito de interesses é indissolúvel neste momento", justificou Girão.

Sem que haja troca da relatoria, para Girão, não há como resolver o impasse. "A tendência é de blindagem", disse, tendo em vista que Calheiros é pai de Renan Filho, governador de Alagoas e, portanto, um possível alvo das investigações, caso o braço da CPI que expande os trabalhos para as ações dos governos locais seja fortalecido.

É a estratégia que buscam os governistas membros da CPI: fortalecer o olhar a atuação não só do Executivo Federal, mas dos estaduais e municipais. "As operações que relacionei em 18 estados da Federação, tudo isso a tendência é que vire pizza", reclamou Girão, alegando que, no plano de trabalho, "colocaram lá um capítulozinho, uma coisa pequenininha, minimizando a importância dessas investigações dessas centenas de bilhões de reais".

Apesar de defender a inclusão das investigações dos entes federativos, o senador foi enfático ao afirmar que o governo federal também precisa ser alvo dos trabalhos. "Concordo e estou assinando todos os requerimentos necessários nesse sentido". Um dessas sugestões foi trazida ao parlamentar cearense pelo senador Izalci Lucas (PSDB/DF). O pedido é para requerer arquivo eletrônico contendo os registros relativos aos deslocamentos do presidente Jair Bolsonaro pelo comércio de Brasília e entorno do Distrito Federal desde 1º de março de 2020.

No total, contando com sugestões que, muitas vezes, se repetem, são 215 requerimentos protocolados que podem se somar à lista de 11 que já estão contidos no plano de trabalho pré-acordado entre os membros. O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD/AM), se reúne com o vice, Randolfe Rodrigues (Rede/AP), e o relator para consolidar o documento e apresentá-lo na quinta-feira (29), durante a sessão.

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