O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou que se o Brasil não se alinhar à política ambiental adotada nos principais países do mundo, estará “fadado ao insucesso”, referindo-se ao crescimento do país. Ele participou de um debate promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Editora Globo nesta segunda-feira (31/5) sobre o crescimento do país pós-pandemia.
Ao falar que considera necessário o investimento em pilares como educação, ciência, tecnologia e pesquisa, Pacheco destacou que o país precisa ter seu desenvolvimento econômico pautado na sustentabilidade. “Uma coisa que é inafastável nos dias de hoje é a questão da preservação do meio ambiente. Se o Brasil se apartar dessa pauta, que é uma pauta mundial, ele estará fadado ao insucesso”, pontuou.
E continuou: “Ainda que por algum critério imediatista nós possamos enxergar um benefício advindo de uma grande flexibilização de produção no Brasil, nós cuidaremos de um insucesso de médio prazo. A pauta mundial e as relações internacionais dependerão muito da demonstração do Brasil de que tem consciência ambiental, de que tem seu desenvolvimento econômico pautado nessa sustentabilidade e de que o país desenvolve a partir de seus próprios mecanismos de tecnologia, pesquisa e inovação. Isso é algo que nos dará uma autossuficiência na discussão mundial”, disse o presidente do Senado.
O discurso vai de encontro à atuação do governo Bolsonaro. Na Cúpula do Clima, organizada pelos Estados Unidos de Joe Biden e que contou com a presença dos principais líderes mundiais em abril, o presidente da República prometeu zerar o desmatamento ilegal até 2030, com aumento de recursos para a fiscalização. Em maio, contudo, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga a facilitação de exportação ilegal de madeira. Salles e o presidente do Ibama, Eduardo Bim, são suspeitos de envolvimento com crimes ambientais no caso.
Reformas
Após demonstrar, na semana passada, que está alinhado ao governo tanto no método quanto no mérito da reforma tributária, Rodrigo Pacheco falou, nesta segunda-feira, sobre a importância das reformas. Ele defendeu a importância da discussão técnica sobre a reforma tributária e que o Estado precisa ter um tamanho “necessário”, não sendo inchado nem mínimo.
“Portanto, acho formidável nós dialogarmos sobre todos esses temas, mas insisto que vale para além de uma discussão técnica sobre a reforma tributária, que é absolutamente essencial, e para além de uma reforma administrativa que é igualmente importante para se criar no Brasil uma cultura de que o Estado tem um tamanho necessário. Nem mínimo nem inchado, mas um tamanho necessário”, pontuou.
Apesar de citar a importância das reformas, ele acrescentou que, além das discussões sobre reformas, é preciso refletir sobre conceitos que são fundamentais — referindo-se, ainda, à questão ambiental e à necessidade de incentivar investimentos em educação básica, capacitação de mão de obra e também em pesquisa e desenvolvimento.
“Para além das discussões todas de marcos regulatórios e legais que nós temos, nós temos que realmente fazer uma reflexão sobre alguns conceitos que são fundamentais como estes”, concluiu.
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