ELEIÇÕES

Bolsonaro volta a dizer que Aécio venceu em 2014 e promete apresentar provas

Presidente disse que vai comprovar, na próxima semana, que urnas eletrônicas são suscetíveis a fraudes e que o deputado do PSDB deveria ter sido eleito para o Palácio do Planalto há sete anos

Augusto Fernandes
postado em 20/07/2021 13:53 / atualizado em 20/07/2021 13:54
 (crédito: Evaristo Sa/AFP - 18/5/21)
(crédito: Evaristo Sa/AFP - 18/5/21)

O presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar, nesta terça-feira (20/7), que as urnas eletrônicas não são confiáveis e que o sistema eleitoral brasileiro é passível de manipulações. Além disso, ele garantiu que o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) deveria ter vencido as eleições presidenciais de 2014, quando Dilma Rousseff (PT) foi reeleita. O chefe do Executivo ainda disse ter provas da vitória de Aécio e prometeu apresentá-las na semana que vem.

Em entrevista à Radio Itatiaia, Bolsonaro comentou que convidará um “hacker do bem” para detalhar as supostas vulnerabilidades da urna eletrônica e como ela é suscetível a fraudes, além de explicar por que Aécio teria sido o vencedor das eleições para o Palácio do Planalto de sete anos atrás.

“Se eu jogar uma moeda 231 vezes para cima, ela vai dar cara, coroa, cara, coroa, cara, coroa? É possível acontecer isso por 231 vezes? Acho que não. Qualquer um que entende de probabilidade e estatística sabe que não vai acontecer. Vou demonstrar aqui que a fotografia minuto a minuto dos votos chegando ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), dava Aécio, Dilma, Aécio, Dilma, Aécio, Dilma, até o final. Sempre com Dilma um montante um pouco maior do que o Aécio em todas as vezes, isso é impossível de acontecer”, disse Bolsonaro.

Com as eventuais provas de fraude das urnas eletrônicas, Bolsonaro prometeu recorrer ao TSE. Ele ainda defendeu que o país adote o voto auditável para as eleições do ano que vem, o que segundo ele seria uma forma de reduzir a desconfiança da população com relação ao modelo de votação utilizado no país, e que a contagem dos votos seja pública.

“O que vale é a opinião pública, que no meu entender não vai aceitar eleições sem uma forma de ser auditada e que tenhamos, também, contagem pública. Não basta você ter voto impresso, porque a contagem tem que ser pública também. Meia dúzia de técnicos conta os votos no Brasil. Quem ganha a eleição é quem vota ou quem conta os votos? É isso que queremos demonstrar”, comentou.

“Nós, sim, jogamos dentro das quatro linhas da Constituição, e nós defendemos eleições limpas. Nós queremos que, em quem você votar ano que vem, o seu voto seja contado para aquela pessoa de verdade”, acrescentou.

Críticas a Barroso

Bolsonaro ainda reclamou do ministro Luis Roberto Barroso, presidente do TSE, que é contra a ideia de se alterar o sistema eleitoral do país e que garante que as urnas eletrônicas são seguras. Segundo o presidente da República, o magistrado estaria atuando para garantir a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Está na cara que não podemos partir do princípio que quem tirou Lula da cadeia, quem o tornou elegível vai contar os votos no final da linha. Isso é claro. Nós queremos eleições limpas. Eu passo a faixa para quem ganhar as eleições de forma transparente e ponto final”, declarou Bolsonaro.

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