VOTO IMPRESSO

Voto impresso: Bolsonaro diz que irá "diminuir a pressão", mas volta a atacar ministros

Chefe do Executivo criticou nesta quinta-feira (12/8) o presidente do STF, Luiz Fux, por ter defendido o ministro Luís Roberto Barroso de suas acusações e sugeriu "corporativismo"

Ingrid Soares
postado em 12/08/2021 11:19 / atualizado em 12/08/2021 11:35
 (crédito: Miguel Schincariol/AFP)
(crédito: Miguel Schincariol/AFP)

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (12/8) que vai "diminuir a pressão" sobre o voto impresso. O projeto do governo sofreu derrota tanto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) quanto na Câmara. No entanto, o mandatário voltou a colocar em dúvida o pleito eleitoral e seguiu com ataques aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). As declarações foram feitas durante entrevista à Rádio Jovem Pan de Maringá (PR).

"Por que alguns parlamentares resolveram votar contra o voto impresso, baseado no quê? Se nós estamos oferecendo mais uma maneira de garantirmos a lisura por ocasião das eleições, isso aí a gente não pode deixar de falar. Lógico que vou diminuir a pressão da minha parte, vou diminuir a pressão, sim, porque tem muita coisa para fazer pelo Brasil, mas não podemos esquecer. Porque se esse pessoal conseguir, no ano que vem, não me cobrem nome do país, por favor, botar alguém sentado na minha cadeira presidencial mais simpático a outras ideologias”, alegou.

Bolsonaro ainda criticou o presidente da Corte, Luiz Fux, por ter defendido o ministro Luís Roberto Barroso de seus ataques e sugeriu "corporativismo". "É lamentável o que o ministro Barroso está fazendo. O próprio ministro do Supremo Tribunal Federal, presidente Fux, na sua nota, disse que “mexeu com um, mexeu com todos”. Não é assim. Se um militar faz uma coisa errada, eu sou militar, o que nós fazemos? A gente investiga. Se tiver responsabilidade, vai pagar o preço, altíssimo. Não pode ter corporativismo nessas questões", justificou.

No dia 5, Fux, cancelou uma reunião que estava marcada para ocorrer entre os chefes dos Três Poderes. O encontro estava sendo organizado pelo próprio magistrado e foi desmarcado após o chefe do Executivo atacar magistrados do Supremo e o sistema eleitoral. "Quando se ataca um integrante desta Corte, se ataca a todos", disse o ministro na data.

O presidente voltou a levantar, sem provas, a possibilidade de fraude nas eleições de 2022 para governadores e senadores. "Poderiam, não estou afirmando". "Vamos conviver com essa sombra de dúvida. Não é sombra, não, isso aí é tempo fechado".

Por fim, disse que o ministro Barroso "faz política". "Acho que o Judiciário, o objetivo, a missão, do Supremo Tribuna Federal, tem que existir o Supremo, é tratar das questões constitucionais. Alguns poucos, como o Barroso, fazem política. E ninguém pode dizer que eu não estou falando a verdade, porque ele foi para dentro do Parlamento para decidir a questão do voto impresso", pontuou. Na sexta-feira (6), o chefe do Executivo chamou Barroso de "filho da puta". O vídeo foi postado nas redes sociais do próprio presidente e, logo depois, apagado.

Ontem (11), Bolsonaro reiterou acusação de fraude nas eleições de 2018. No entanto, repetiu por ao menos quatro vezes não possuir provas.

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