COVID-19

CPI: senador diz já haver elementos para apresentar relatório

Segundo Humberto Costa (PT-PE), não há dúvidas de que a venda de vacinas foi superfaturada. Ele afirmou, ainda, que o senadores pretendem investigar hospitais federais no Rio de Janeiro

Luana Patriolino
postado em 19/08/2021 21:17
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press - 12/5/16)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press - 12/5/16)

O senador Humberto Costa (PT-PE) considera já haver elementos suficientes para concluir a CPI da Covid. O parlamentar falou durante coletiva de imprensa, após os trabalhos da comissão, que interrogou, nesta quinta-feira (19/8), Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos. “Temos muito material para elaborarmos o relatório. Falta, agora, somente ouvir alguns depoimentos relativos às investigações sobre os hospitais federais do Rio de Janeiro e sobre a VTC Log. Cumprido esse caminho, vamos estar em condição de analisar e votar”, disse.

Segundo o parlamentar, a expectativa é concluir o relatório para votação até, no máximo, 22 de setembro. “O que falta agora é fazermos uma investigação mais profunda sobre a empresa que deu o aval, que é a Fib Bank, que tudo indica que é uma empresa laranja”, destacou Costa.

Segundo Humberto Costa, houve uma clara manobra para vender, de forma superfaturada e em tempo recorde, uma vacina que não tinha ainda registro na Anvisa. “Outro componente importante é a pressão exercida em cima do Ministério da Saúde”, reiterou.

Empresa intermediária

A Precisa Medicamentos atuou como intermediária na venda de 20 milhões de doses da vacina Covaxin, da indiana Bharat Biotech ao Ministério da Saúde, no valor de R$ 1,6 bilhão. A negociação do contrato se tornou uma das principais linhas de investigação da CPI da Covid, após depoimento do deputado Luis Miranda (DEM-DF) e do irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, que apontaram pressões atípicas para que o contrato com a empresa fosse assinado — o que aconteceu no dia 25 de fevereiro deste ano. Em julho, o Ministério da Saúde anunciou o cancelamento, após as suspeitas de irregularidades se tornarem públicas.

Nesta quinta-feira, o dono da Precisa Medicamentos chegou à CPI amparado por um habeas corpus, garantindo a ele o direito de não responder perguntas que pudessem incriminá-lo. Logo no início da comissão, o empresário deixou claro que usaria o direito. A postura de permanecer em silêncio durante a maioria das perguntas irritou os parlamentares.

Houve um pedido para que o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), suspendesse a sessão para que o colegiado consultasse o presidente da Corte, ministro Luiz Fux, sobre qual deve ser o limite para o silêncio do depoente.

No entanto, alguns senadores recomendaram que o depoimento não fosse interrompido e disseram a Aziz que prendesse Maximiano caso ele extrapolasse o direito de não responder a determinadas questões. “Siga as perguntas. Se Vossa Excelência ou se algum senador entender que ele está criando um obstáculo efetivo, avise e parta para aquilo que a gente já fez na CPI”, disse o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

 

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