Protestos contra Bolsonaro

A ''arminha'' do ministro Carlos França em NY e a repercussão para o Brasil

O ministro das Relações Exteriores é o 2º integrante da comitiva presidencial a reagir em público contra protestos que pipocam em Nova York contra Bolsonaro

Iracema Amaral/Estado de Minas
postado em 21/09/2021 19:19 / atualizado em 21/09/2021 19:20
 (crédito: Ministro da relações Exteriores (foto: Reprodução))
(crédito: Ministro da relações Exteriores (foto: Reprodução))

Depois do gesto obsceno do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, foi a vez de outro integrante da comitiva presidencial do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) produzir outra cena no mínimo constrangedora para um ministro de Estado.

Carlos França, ministro das Relações Exteriores, diplomata e chanceler da vez no governo de Bolsonaro, foi flagrado em Nova York, diante de protestos contra o governo brasileiro, fazendo a tradicional ''arminha'' que identifica os bolsonaristas armamentistas.

Ambos os ministros reagiram a manifestações que pipocam em Nova York, desde o domingo passado (19/09), dia da chegada da comitiva presidencial para participar da 76ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Turismo

Os especialistas em relações exteriores ainda não conseguiram detectar qual seria a pauta do governo Bolsonaro para angariar algum retorno positivo a ser trazido ao Brasil.

 

orém, em meio à crise econômica que atravessa o país, o presidente norte-americano, Joe Biden ( Democrata), anunciou, nesta segunda-feira (20/09), não se sabe se coincidência ou fruto do trabalho do governo Bolsonaro, uma boa notícia para o setor de turismo, um dos que mais sofreram com a pandemia do novo coronavírus mundo afora.

Pizza, COVID-19 e puxão de orelha

Por enquanto, até hoje - dia do discurso do presidente Bolsonaro na abertura da conferência mundial, como de praxe desde sempre, cabe a um representante do governo brasileiro essa honra graças ao chanceler Oswaldo Aranha (saiba mais ao final desta matéria) -, a viagem de Bolsonaro e sua comitiva rendeu poucos frutos ao Brasil.

Ao contrário, o presidente e sua comitiva renderam ao país imagens vexatórias de um presidente não vacinado comendo pizza em pé numa rua de Nova York, simplesmente por que o mandatário não quis até hoje se vacinar contra o coronavírus e foi obrigado a respeitar protocolos rigoros do governo dos Estado Unidos, em especial da Prefeitura de Nova Iorque.

Além da pizza, houve também um caso de um integrante da comitiva presidencial testar positivo para Covid em solo norte-americano. Ou seja, viajou aos EUA já contaminado.

E para encerrar a lista, Bolsonaro foi surpreendido pelo 'puxão de orelhas" de Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, e do prefeito de Nova York, Bill de Blasio.

Oswaldo Aranha e a honra concedida ao Brasil na ONU


Embora a tradição não venha de nenhum estatuto oficial das Nações Unidas, um representante brasileiro sempre faz o discurso de abertura da Assembleia Geral.

Vale o registro que o Brasil foi o primeiro país a aderir à ONU e também é um dos estados fundadores da organização.

Além disso, o então ministro do governo de Getúlio Vargas de Relações Exteriores, Oswaldo Aranha, teve grande importância na história da organização e presidiu a primeira sessão especial da Assembleia e a segunda sessão ordinária no mesmo ano.

Nesses dois encontros, foi aprovada a criação do Estado de Israel, em 1948, com voto favorável do Brasil.

Em reconhecimento ao papel desempenhado por Aranha nos primórdios da ONU, o Brasil, a partir de então, recebeu a honraria de abrir os discursos da Assembleia, que tem 193 Estados-membros, e os Estados Unidos, o anfitrião, é o segundo a falar.

Para os demais países, a ordem de discurso é baseada no nível de representação, preferência e outros critérios.

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