CPI da Covid

Ex-beneficiário acusa Prevent Senior de "eliminar pacientes de alto custo"

Tadeu Frederico Andrade presta depoimento à CPI da Covid nesta quinta-feira (7/10); ele relata ter sido, criminalmente, retirado da UTI e encaminhado para receber cuidados paliativos

Jorge Vasconcellos
postado em 07/10/2021 12:56 / atualizado em 07/10/2021 12:58
 (crédito: Pedro França/Agência Senado)
(crédito: Pedro França/Agência Senado)

"Sou testemunha viva da política criminosa dessa corporação e de seus dirigentes", disse, nesta quinta-feira (7/10), em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, Tadeu Frederico Andrade, ex-beneficiário da operadora de plano de saúde Prevent Senior, a quem ele acusa de "eliminar pacientes de alto custo".

Andrade foi atendido pelo plano de saúde quando estava com covid-19. Ficou 120 dias internado e chegou a ser entubado. Segundo relatou aos senadores, a equipe médica decidiu retirá-lo da UTI e encaminhá-lo ao chamado tratamento paliativo, destinado a pacientes que já não reuniam condições de sobrevivência. Andrade contou, porém, que tinha condições de sobreviver e que sua família impediu que ele fosse retirado da unidade de tratamento intensivo.

A CPI reuniu evidências de que o encaminhamento de pacientes aos cuidados paliativos era uma estratégia para redução de custos da Prevent Senior.

Durante o depoimento, Andrade disse ainda que encaminhou denúncia contra a empresa ao Ministério Público. 

O operadora de saúde entrou na mira da CPI após denúncias de que os médicos eram obrigados a receitar aos pacientes com covid-19 medicamentos sem eficácia comprovada contra a doença, como a hidroxicloroquina. Na maioria das vezes, as famílias não eram consultadas.

A Prevent Senior também é acusada de retirar a citação à covid-19 das certidões de óbito de pacientes. A medida seria para omitir a ineficácia dos remédios receitados aos pacientes.

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