O presidente Jair Bolsonaro cobrou, nesta quarta-feira (12/1), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) "um antídoto" para o que chamou de 'possíveis efeitos colaterais' da vacina contra covid-19 em crianças entre 5 e 11 anos de idade. O chefe do Executivo e o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, entraram em rota de colisão por conta da vacinação para o público pediátrico. O órgão regulador liberou a imunização infantil após parecer de técnicos especialistas e embasamento de sociedades médicas.
"A Anvisa não disse qual o antídoto para possíveis efeitos colaterais. Por que eu falo possíveis? Alguns já existem por aí. Você não comprovou, mas já existem", alegou, em entrevista à Gazeta Brasil.
Na semana passada, Bolsonaro questionou "o que está por trás" da decisão da Anvisa ao autorizar a vacinação de crianças de 5 a 11 anos. Também chamou os defensores da imunização infantil de "tarados por vacinas". Barra Torres divulgou uma nota cobrando o presidente provas de corrupção do órgão ou que se retratasse.
Nessa segunda-feira (10), o presidente negou ter mencionado haver corrupção na agência e afirmou que não havia motivo para o tom agressivo do presidente da Anvisa. "Me surpreendi com a carta dele. Carta agressiva. Não tinha motivo para aquilo", disse na data.
Também na entrevista de hoje, o presidente minimizou os impactos da ômicron no Brasil e disse que a nova variante da covid-19 é "bem-vinda". Com letalidade menor, mas com capacidade de disseminação maior, o vírus pode sobrecarregar o sistema de saúde.
Bolsonaro disse ainda que "quase zero, um número muito pequeno" de crianças morreu por covid no país. "E esse número pequeno ainda tinha o fato de criança com comorbidade", completou. Com isso, segundo ele, não se justificaria a vacinação em crianças menores.
O Ministério da Saúde afirmou que, de março de 2020 a dezembro de 2021, 311 crianças de 5 a 11 anos morreram em decorrência da doença no Brasil.
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