Fundo Eleitoral

"Inviável", diz Izalci Lucas sobre fundão de R$ 5,7 bi defendido pelo Centrão

Pré-candidato ao governo do DF, parlamentar afirmou em entrevista ao Correio que medida não passará no Senado

Maria Eduarda Angeli*
postado em 19/01/2022 17:20 / atualizado em 19/01/2022 17:25
 (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Pré-candidato a governador do Distrito Federal, o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) critica a atuação do governo federal em relação ao reajuste salarial dos servidores, classificando as ações como sendo “um tiro no pé” e comenta as polêmicas envolvendo o fundo eleitoral e o Centrão. O parlamentar participou, nesta quarta-feira (19/1), do CB.Poder — programa parceria do Correio em parceria com a TV Brasília. 

O Congresso conseguiu aprovar o Orçamento no final do ano passado, mesmo com veto do presidente Jair Bolsonaro, mas viveu momentos de tensão com as divergências em relação ao que seria disponibilizado para o fundo eleitoral, que corresponde a 25% do orçamento do Tribunal Superior Eleitoral em 2022. Inicialmente, a proposta era de R$ 5,2 bilhões, passando para R$ 5 bilhões e estagnando em R$ 4,9 bilhões.

“A gente conseguiu, depois de muita luta, reduzir — apesar de ser muito alto ainda — para R$ 4,9 bilhões”, relata o senador. O Centrão estaria, porém, decidido a tentar subir o orçamento novamente, retornando aos R$ 5,7 bilhões. Para Izalci Lucas, contudo, o aumento não passa. “Eu vejo que é inviável. Acho que no Senado hoje — que eu tenho termômetro mais claro —, eu vejo que não passa. Então, não tem sentido aumentar isso”, pondera.

Sobre a situação vivida pelos servidores federais, que ontem se mobilizaram na capital, em frente ao Banco Central (BC) e ao Ministério da Economia, o parlamentar opina: “Acho que é um erro do governo no sentido de concentrar e definir a indicação de apenas uma categoria de segurança no Orçamento. O governo primeiro sinalizou que daria para todo mundo, depois mandou para o Orçamento apenas Polícia Federal, Polícia Rodoviária e o penitenciário. Isso, evidentemente, causa uma frustração com relação aos demais servidores”.

Distrito Federal

Pré-candidato ao governo do DF, Izalci Lucas fala ainda sobre a importância da ciência e da tecnologia no desenvolvimento local, alegando que Brasília poderia ser um “Vale do Silício”, caso alguns programas tivessem continuado na ativa. Por uma falta de diálogo entre as partes do governo e de políticas permanentes, contudo, o progresso acaba travado, segundo ele. “Esse é o problema: o que falta em Brasília são políticas públicas de Estado. Cada governo que entra muda tudo e faz questão de acabar com as coisas que funcionam”, lamenta o senador.

“O que eu vejo no governo atual, aqui no DF, é que as pessoas foram abandonadas, acho que perdeu o foco no cidadão”, diz Izalci Lucas. Ele chama atenção, também, para o cenário da saúde na unidade federativa, afirmando que “o cidadão está abandonado, não consegue exame, não consegue consulta, não consegue uma cirurgia”.

“Como é que você vai ter um orçamento de R$ 150 bilhões na Saúde se o Sistema Único de Saúde não tem controle? Brasília recebeu R$ 3 bilhões, mas para onde foi esse dinheiro? Ninguém sabe”, pontua o senador. Para ele, no entanto, o maior desafio do DF é o desenvolvimento econômico. “Brasília, que sempre foi a capital da esperança, capital das oportunidades, acabou”.

Terceira via

Sobre a corrida presidencial, na visão de Izalci, aqueles que pensam em se candidatar têm que entrar em um acordo. Com a polarização provocada pela disputa entre o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seria importante haver uma terceira via consolidada. “Tem que ter um entendimento em relação à terceira via, não dá para sair cinco, seis candidatos”, reforça o parlamentar do PSDB.

O senador destaca ainda a importância de que o candidato que se estabelecer como a terceira via, bem como o próximo governador do Distrito Federal, “saiba governar” e tenha experiência nesse sentido. “Quando as pessoas entram de improviso não conhecem a máquina, não sabem como funciona, não têm projeto, aí, dá no que dá”, comenta.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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