eleições

São Paulo ainda emperra acordo entre PT e PSB

Dirigentes dos dois partidos manifestam vontade de enfrentarem juntos a campanha, mas têm que decidir se lançam Haddad ou França ao Bandeirantes

Jorge Vasconcellos
postado em 21/01/2022 06:00
 (crédito:  Ascom/PSB)
(crédito: Ascom/PSB)

Dirigentes do PT e do PSB reuniram-se, nesta quinta-feira (20/1), em Brasília, para aprofundarem as discussões sobre uma aliança dos dois partidos na eleição presidencial e nos estados. Mas ainda persiste o impasse em torno de qual das legendas vai disputar o governo de São Paulo.

O encontro teve a participação da presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR); do presidente do PSB, Carlos Siqueira; do governador de Pernambuco e vice-presidente do PSB, Paulo Câmara; do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), secretário-geral do partido; e do ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) — que deixou o encontro reafirmando sua pré-candidatura ao governo paulista, enquanto Gleisi reforçou a postulação do ex-prefeito Fernando Haddad ao Palácio dos Bandeirantes.

"Sou candidato, claro. Cada partido tem todo o direito de ter os seus candidatos. Agora, para uma eleição nacional, os partidos têm que decidir qual candidato amplia mais a base de apoio", enfatizou França.

Gleisi admitiu que há dificuldades para uma composição em São Paulo, mas disse acreditar na construção de um consenso em torno de um único nome do campo progressista na disputa ao governo do estado. Ela, porém, rechaçou o argumento do grupo de França de que as pesquisas de intenção de voto devem ser o principal critério para a definição do candidato ao Bandeirantes. Segundo levantamentos recentes, Haddad enfrenta altos índices de rejeição, o que pode representar um risco de derrota no caso de ele ir para o segundo turno.

"O critério não será só para São Paulo, tem que ser para o Brasil inteiro, desde a definição das candidaturas e da formação das chapas. Paralelamente ao esforço de construir a federação, vamos fazer as conversas com os estados que nós queremos estar juntos, com federação ou sem federação. Queremos estar juntos na campanha nacional", disse.

A presidente do PT anunciou que o partido fará uma rodada de reuniões nos estados para definir, com outros partidos de esquerda, a formação das chapas locais. "Vamos marcar uma reunião em São Paulo. O PT entende que uma candidatura do Haddad é essencial, é viável. O PSB entende que a candidatura do Márcio é importante. São dois grandes quadros políticos, que têm experiência de gestão, têm experiência política. Temos que chegar a um denominador", apontou Gleisi.

Consensos

Sobre a disputa pelo governo do Rio de Janeiro, Gleisi enfatizou que o PT não chegou a ter a intenção de lançar candidato e fechou questão no apoio à candidatura do PSB, que é representada pelo deputado Marcelo Freixo. O partido também deve desistir de pôr um nome na disputa do governo do Espírito Santo, onde o governador Renato Casagrande (PSB) disputará novo mandato.

Já Siqueira destacou que o PSB está fechado no apoio à candidatura do senador Jaques Wagner (PT) ao governo da Bahia. Em Pernambuco, a tendência é de que o senador Humberto Costa (PT-PE), que lançou a pré-candidatura ao governo do estado, desista da disputa em favor de um nome dos socialistas.

Gleisi ressaltou que o PT sempre abriu mão da disputa em Pernambuco em favor do PSB. Ela explicou que o nome de Costa só foi apresentado depois que o ex-prefeito de Recife Geraldo Júlio (PSB) não aceitou ser candidato. Por sua vez, Siqueira assegurou que o PSB terá candidato no estado.

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