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Brasil cai duas posições em ranking que avalia a corrupção

Entre 180 países analisados, país ocupou a 96ª colocação no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) no ano passado, segundo levantamento da Transparência Internacional. Um dos motivos da queda seria a postura antidemocrática do presidente Jair Bolsonaro

Tainá Andrade
postado em 25/01/2022 13:23 / atualizado em 25/01/2022 13:24
 (crédito: Edu Andrade/Ascom/ME)
(crédito: Edu Andrade/Ascom/ME)

O Brasil caiu duas posições no ranking mundial de corrupção, é o que afirma o levantamento da Transparência Internacional divulgado neste terça-feira (25/1). A posição ocupada pelo país no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) atualmente é a 96ª entre 180 localidades analisadas; em 2020, estava na 94ª posição. Quanto melhor a posição, menos o país é considerado corrupto.

Um dos alvos da instituição nas denúncias feitas sobre o assunto é o presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo a Transparência Nacional, as falas antidemocráticas e a forma de relação entre o governo federal e o Congresso por meio do orçamento secreto contribuem para o cenário de estagnação em que o Brasil se encontra.

A média global foi de 43 pontos, porém o Brasil obteve 38 pontos, a terceira pior nota da relação. Ao mesmo tempo, a pontuação se manteve a mesma de dois anos atrás.

A Transparência Internacional avalia que o país brasileiro está "estagnado em um patamar muito ruim em relação à percepção da corrupção no setor público". Além disso, as ações do governo federal, do Congresso Nacional e do Judiciário "levaram a retrocessos no arcabouço legal e institucional anticorrupção do país".

"O Brasil está passando por uma rápida deterioração do ambiente democrático e desmanche sem precedentes de sua capacidade de enfrentamento da corrupção. São marcos legais e institucionais que o país levou décadas para construir. Isso traz consequências ainda mais graves por ocorrer em meio à pandemia da covid-19, quando a transparência e o controle dos recursos públicos deveriam ser priorizados para garantir seu bom uso frente à tragédia humanitária", conjecturou Bruno Brandão, diretor-executivo da Transparência Internacional no Brasil.

Um dos riscos apontados pela entidade sobre esse resultado é o prejuízo causado aos direitos humanos dentro do país. Brandão lembrou que foram assassinados 17 defensores desse segmento no Brasil, no ano passado.

No relatório, as maiores pontuações são da Dinamarca, Finlândia e Nova Zelândia (com 88 pontos). Em seguida são classificadas Noruega, Singapura e Suécia (todas com 85 pontos). As piores ficaram com Venezuela (14 pontos), Somália, Síria (13 pontos, cada) e Sudão do Sul (11 pontos). Entre os países do chamado G20 — grupo formado pelas principais economias do mundo, no qual o Brasil faz parte — a média foi de 66 pontos.

O levantamento é feito por meio de 13 pesquisas e avaliações de especialistas, que tratam da percepção de corrupção no setor público. Produzido por instituições reconhecidas internacionalmente, o estudo é o resultado da análise desse material.

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