INVESTIGAÇÃO

Após bloqueio de bens, Moro diz que vai processar subprocurador por "abuso de poder"

Lucas Furtado, subprocurador do TCU, alegou suspeita de sonegação de impostos nos pagamentos recebidos do escritório Alvarez & Marsal pelo ex-ministro. Moro se diz perseguido

Luana Patriolino
postado em 04/02/2022 18:30 / atualizado em 04/02/2022 19:07
 (crédito: Podemos/Reprodução)
(crédito: Podemos/Reprodução)

O ex-juiz Sergio Moro afirmou que se sente perseguido e que vai processar o subprocurador-geral do  Lucas Furtado por abuso de autoridade. O Tribunal de Contas da União (TCU) pediu, nesta sexta-feira (4/2), o bloqueio dos bens do ex-ministro como medida cautelar por suspeita de sonegação de impostos nos pagamentos que recebeu da consultoria na Alvarez & Marsal — responsável pela administração judicial de empresas condenadas pela Lava-Jato.

Por meio de nota, Moro afirmou que já prestou todos os esclarecimentos necessários sobre o montante recebido. “Coloquei à disposição da população os documentos relativos à minha contratação, serviços e pagamentos recebidos, inclusive com os tributos recolhidos no Brasil e nos Estados Unidos”, declarou.

O ex-juiz afirmou que vai fazer uma representação contra o subprocurador por abuso de autoridade. “Fica evidenciado o abuso de poder perpetrado por este procurador do TCU. Pretendo representá-lo nos órgãos competentes, como já fez o senador da República, Alessandro Vieira (Cidadania-SE), e igualmente promover ação de indenização por danos morais”, disse Moro.

Na mira do TCU

Em ofício enviado ao ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), o subprocurador-geral Lucas Furtado pediu que a Corte declare a indisponibilidade de bens do ex-ministro da Justiça Sergio Moro como medida cautelar por suposta sonegação de impostos sobre os pagamentos que Moro recebeu da consultoria Alvarez & Marsal, responsável pela administração judicial de empresas condenadas pela Lava-Jato.

Para Furtado, “há risco da inviabilização do ressarcimento e do recolhimento de tributos aos cofres públicos”, caso não sejam investigadas as contas de Moro, que teria recebido cerca de R$ 3,6 milhões da consultoria.

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