ELEIÇÕES

Prefeito compara Bolsonaro a "Jesus" por fazer chegar água ao Nordeste

Cerimônia alusiva à chegada das Águas do Rio São Francisco ao Rio Grande do Norte em Jardim de Piranhas teve tom de campanha. Presidente reforçou críticas ao PT e disse que "os ladrões de ontem querem voltar"

Ingrid Soares
postado em 09/02/2022 17:32 / atualizado em 09/02/2022 18:15
 (crédito: Reprodução / TV Brasil)
(crédito: Reprodução / TV Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou nesta quarta-feira (9/2) da cerimônia alusiva à chegada das Águas do Rio São Francisco ao Rio Grande do Norte em Jardim de Piranhas. Em evento com tom de campanha, minutos antes de discursar, o chefe do Executivo foi homenageado com uma música ao som de sanfona pelo prefeito de Jardim do Seridó, José Amazan (PSD), que fez um trocadilho com o nome "Messias", segundo nome do presidente. Ele comparou Bolsonaro a "Jesus" ao levar água para o Nordeste por meio da transposição. 

"Obrigado, meu querido presidente, pelas águas que o senhor mandou para a gente. Meu Nordeste feliz está contente. Obrigado, meu querido presidente. Essa água é a libertação de uma gente cansada de sofrer. O senhor fez a vida renascer. Igualmente aconteceu em Israel: para brotar água, leite, pão e mel, precisava de um Messias para fazer", versava um trecho da canção ouvida pela plateia e pelos presentes no palco.

Confira abaixo:

Já Bolsonaro, de olho no reduto petista, a exemplo de terça-feira (8), reforçou críticas ao ex-presidente Lula e ao PT, voltando a dizer que, caso a sigla retorne ao poder, "roubará a liberdade", mas que "não conseguirão". E completou: "Os ladrões de ontem querem voltar". 

"Sabemos que trabalham contra a nossa Pátria, bem como aqueles que querem, no último capítulo, roubar a nossa liberdade. Não conseguirão. Sabem que tem pela frente alguém que não teme desafios. Dou minha vida pela nossa liberdade. O Brasil é um país fantástico, mas, infelizmente, quase sempre, muito mal administrado. Os ladrões de ontem querem voltar por ocasião das eleições de outubro que se aproximam", afirmou.

Bolsonaro citou escândalos envolvendo a Petrobras, o BNDES e a Caixa Econômica e disse que o montante desviado poderia ser utilizado para a construção de 100 transposições do Rio São Francisco.

"E a gente mostra o que eles fizeram. Não estamos criticando nenhum governo anterior. Estamos mostrando números. O desviado ou mal gerido na Petrobras trouxe um endividamento de R$ 900 bilhões. A mesma coisa no BNDES, furo de R$ 500 bilhões. A mesma coisa na Caixa Econômica, R$ 45 bilhões. São números que nós vamos debater vamos mostrar por ocasião das eleições lá na frente. Vocês sabem o que podem fazer com esse recurso? 100 vezes a transposição do Rio São Francisco. Vocês estão vendo como nós éramos roubados até pouco tempo? Esse pessoal se une agora, quer voltar ao poder para voltar a roubar. E as cifras são fantásticas".

O presidente emendou ainda que "o Brasil pode fazer muito. Basta seus governantes não roubarem". E prometeu a conclusão das obras para o final do ano.

"Essa transposição foi prometida para 2010, depois passou para 2012 e parou. Assumimos em 2019 e vamos concluir as obras", disse Bolsonaro. "E essa obra, como eu disse ao (Rogério) Marinho (ministro do Desenvolvimento Regional), é a principal, porque água é vida".

Momentos antes, no local, participou de uma jeguiata ao lado de ministros do governo. Sem máscara, o presidente percorreu ruas locais promovendo aglomerações.

Ontem, o chefe do Executivo esteve em Salgueiro, no Pernambuco e em Jati, no Ceará, onde disse que falta d'água não é mais problema para o Nordeste.

Hoje, mais cedo, esteve em Caicó (RN), onde andou de carro aberto pelas ruas acenando para a população, acompanhado de motoqueiros, e em Jucurutu, quando recorreu a palavrões para criticar a Fundação Nacional do Índio (Funai) e os governos antecessores.

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