eleições

Alckmin está cada vez mais perto de ser vice de Lula

Alckmin acerta a filiação ao PSB para concorrer na chapa do petista, mas persiste o impasse sobre candidato ao governo paulista

Bernardo Lima*
Victor Correia
postado em 08/03/2022 06:00 / atualizado em 08/03/2022 21:41
 (crédito: Ricardo Stuckert )
(crédito: Ricardo Stuckert )

O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin está prestes a se credenciar como vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para as eleições de outubro. Numa reunião, na segunda-feira (7/3), ele acertou a entrada no PSB. A filiação ainda não tem data marcada, mas deve ocorrer ainda neste mês.

A definição ocorreu numa reunião em São Paulo, da qual participaram o presidente da legenda, Carlos Siqueira; o prefeito do Recife, João Campos, e o ex-governador paulista Márcio França.

Apesar de o PSB dar como certa a filiação de Alckmin, o ex-tucano foi cauteloso ao comentar o encontro de ontem. "A reunião foi muito produtiva e provou haver convergência política e vontade de união em benefício do país", escreveu no Twitter.

"Sigo conversando com outros partidos que buscam uma unidade de ação em defesa da democracia e de melhores condições de vida para o nosso povo. Até a próxima semana, definirei a minha filiação partidária", acrescentou.

Desde o ano passado, Lula demonstra a intenção de tornar Alckmin seu vice para as eleições. Se a decisão for mesmo sacramentada, deve impactar as candidaturas da terceira via.

Segundo o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), independentemente do que tenha sido dito em público, Lula já afirmou que está trabalhando para tornar Alckmin seu vice. "Acho que a dimensão política disso não é aritmética. Setenta por cento de quem vai votar no Lula independe da escolha do vice. Mas ele também tem acesso ao pessoal do PSDB, ao eleitorado de São Paulo, que o elegeu para governador, então, ele traz votos a partir do nicho e da representação que tem", destacou.

Entre integrantes do PSB, o acerto teve avaliação positiva. O deputado Felipe Carreras (PE) disse que o ex-governador "será recebido de braços abertos". "O país atravessa um momento de radicalismo político, precisamos de força política para tirar Bolsonaro do governo, e o Alckmin tem essa visão", frisou. "Ele tem jogo de cintura, é uma pessoa de fácil diálogo. Será importante esse trânsito para o palanque em outubro. Vai ser bom para o PSB, para o PT e para o país", pontuou.

Candidata à Presidência pelo MDB, a senadora Simone Tebet (MDB) enfatizou que seu partido não apoiará Lula nem Bolsonaro. "Nesse cenário polarizado, o MDB deu como necessário ter candidatura própria. Tenho convicção de que não há possibilidade de nos alinharmos com nenhum deles", afirmou.

O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) classificou a união como "uma decisão com o fígado". "Antes, ele (Alckmin) falava uma coisa sobre Lula e o PT, e agora isso", reprovou, numa menção às críticas que o ex-governador fazia ao petista. "Acredito que ficará para a história como uma das grandes decepções do PSDB."

Já o deputado Evair de Melo (PP-ES) definiu como "falta de respeito". "Diz o ditado que 'quem se junta aos porcos está condenado a comer farelo'. É uma total falta de respeito com quem, um dia, achou que Alckmin fosse uma pessoa séria", disparou.

*Estagiário sob a supervisão de Cida Barbosa

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