FAKE NEWS

PL 2630 pode aumentar desinformação online, diz presidente do Google Brasil

A empresa demonstrou preocupações acerca da remuneração de conteúdo, prevista no PL 2630, e acredita que a lei pode prejudicar usuários

Cecília Sóter
postado em 02/04/2022 14:51
 (crédito: Divulgação)
(crédito: Divulgação)

O presidente do Google no Brasil, Fábio Coelho, demonstrou preocupações acerca da remuneração de conteúdo, prevista no Projeto de Lei 2630/2020, que ficou conhecida como 'PL das Fake News'. Ele acredita que a nova lei pode aumentar a desinformação online e prejudicar usuários.

Coelho afirmou, em postagem no blog da empresa, que a proposta "pode acabar promovendo mais notícias falsas no Brasil, e não menos". Ele diz ainda que "o texto também resultaria em uma péssima experiência para os brasileiros buscando informações em mecanismos de pesquisa na internet".

Ele acredita que o trecho do projeto que exige pagamento por 'conteúdos jornalísticos utilizados' por plataformas de tecnologia, sem uma definição precisa do que deve ser considerado 'conteúdo jornalístico', ou de como ele seria utilizado, o buscador passaria a ser obrigado a pagar a produtores de conteúdo apenas por exibir os sites nos resultados de pesquisa.

Coelho aponta que, com isso, se seguissem a proposta ao pé da letra, citar apenas uma única palavra de uma notícia acarretaria em um valor a ser pago e os sites que se declaram jornalísticos poderiam exigir pagamento independentemente da qualidade do conteúdo — mesmo que seja de notícias falsas.

A proposta poderia prejudicar a experiência da busca por informação on-line ao exigir o pagamento pelo uso até mesmo de uma única palavra de uma notícia ou de seu título.

"Se uma pessoa fizer uma pesquisa por 'covid-19', qualquer resultado de fonte dita jornalística já gera, para as ferramentas de busca, a obrigação de negociação e pagamento", exemplifica Coelho.

Ele complementa dizendo que os sites de busca não conseguiriam mostrar mais do que uma lista de links até que negociassem acordos com todas as empresas de mídia cobertas, blogueiros e criadores de vídeos “jornalísticos” do país.

Leia o texto do blog do Google Brasil na íntegra.

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