GOVERNO

Análise: absorvente para pobres, não; mas Viagra a militares, sim

Há um meme perfeito circulando pelas redes sociais que retrata fielmente o atual estado de miséria do país, afirma Ricardo Kertzman

Ricardo Kertzman - Estado de Minas
postado em 14/04/2022 12:39 / atualizado em 14/04/2022 12:45
 (crédito: Reprodução/YouTube)
(crédito: Reprodução/YouTube)

Recebi há pouco um meme sensacional: "O estranho caso do país que não tem dinheiro para comprar absorventes para moças pobres, mas tem para comprar Viagra para militares brochas". Simples assim. Triste assim.

O meme deverá ser atualizado em breve, pois além de Viagra, o Exército brasileiro, essa instituição de patriotas do 'Brasil acima de tudo e Deus acima de todos', andou torrando fortunas em próteses penianas também.

Na Bolsolândia, igualmente, acabou a mamata, porra!, e o desperdício de dinheiro público com motociatas homicidas; férias milionárias em praias; jet ski e jatinhos; viagens a Dubai e Nova York; etc., tem outro nome também.

Jair Bolsonaro, o mito, o melhor presidente da história do País, não rouba (rachadinhas, micheques e mansões? Bobagem, pô!) e não deixa roubar (centrão, verbas secretas, sigilo do cartão corporativo, etc.).

O máximo que o devoto da cloroquina pode ser acusado - injustamente, é claro! - é de destroçar a economia do Brasil, auxiliar o coronavírus a ceifar 650 mil vidas e nos atirar na maior crise institucional da história.

Na Bolsolândia não há defeito e a vida é maravilhosa. A gasolina é barata, a comida é quase de graça, o gás de cozinha custa menos do que uma branquinha no boteco e o pouco que há de ruim é culpa da imprensa e dos comunistas.

O deus-mito possui prioridades, já que é Messias, mas não faz milagres. Por exemplo: ele prefere gastar dinheiro com a 'meia-bomba' dos gagás verde-oliva do que estancar a hemorragia menstrual de adolescentes pobres.

Sim, o amigão do Queiroz quer ver os militares em permanente estado de ereção; imbrocháveis como ele! Mas quer mais é que alunas paupérrimas deixem de ir à escola durante 'aqueles dias'. Eis aí um grande cristão, não é mesmo? 

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