A senadora Simone Tebet (MDB-MS) foi considerada o nome mais viável para liderar a chapa do autodenominado "centro democrático", de acordo com uma pesquisa encomendada pelos partidos que compõem a aliança – MDB, PSDB e Cidadania. Representantes das três legendas passaram a tarde reunidos na sede do Diretório Nacional do Cidadania, em Brasília, para discutir o futuro da terceira via, com base na apresentação feita pelo professor Paulo Guimarães, do Instituto Guimarães Pesquisa e Planejamento.
No final do encontro, os presidentes das três legendas deram declarações protocolares sobre a necessidade de união dos partidos, mas não divulgaram os dados da pesquisa. Embora eles tenham evitado cravar, para a imprensa, que Tebet será a escolhida, o Correio apurou que o nome dela foi o escolhido pelos líderes das siglas. Agora, a indicação precisa ser confirmada pelas executivas dos três partidos.
Os três partidos voltarão a se encontrar na próxima terça-feira (24/5) para bater o martelo sobre o futuro da terceira via. Até lá, o presidente do PSDB, Bruno Araújo (PE), terá a missão de oferecer a Doria alternativas de composição. Representantes da cúpula tucana estão articulando, para os próximos dias, um encontro com João Doria, em São Paulo, para apresentar essas alternativas. No comitê de campanha do ex-governador paulista, o clima é de expectativa e apreensão, desde que a Comissão Executiva decidiu, na última terça-feira (17/5), insistir para que Doria desista da candidatura.
Segundo apuração do Correio, a pesquisa qualitativa apontou que o pré-candidato do PSDB, João Doria, tem baixo potencial de crescimento de intenção de votos porque esbarra na elevada taxa de rejeição. Tebet, ao contrário, teria mais possibilidade de crescimento por incorporar o perfil buscado pelo chamado eleitor nem-nem, que não se simpatiza com o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, nem com o presidente Jair Bolsonaro, que busca a reeleição.
“Nós estamos reunidos para tentar saber quem melhor responder a esses 50% que não estão satisfeitos ou veem como negativo para o Brasil essa polarização (entre Lula e Bolsonaro)”, disse o anfitrião do encontro, Roberto Freire, presidente do Cidadania, comentando o único número divulgado da pesquisa. Perguntado se, na terça-feira, o PSDB não apresentar uma solução para a divisão interna, Freire foi lacônico: “Aí acabou, mas não tenho preocupação com isso”. Segundo ele, o interesse maior de oferecer uma alternativa viável para o país prevalecerá sobre posições individuais ou isoladas.
Em São Paulo, João Doria passou o dia reunido com seus principais assessores de campanha e não fez nenhuma declaração pública. Em sua rede social, porém, o pré-candidato tucano postou a seguinte mensagem: “O momento é de diálogo. O projeto de construção política deve priorizar o Brasil e o povo brasileiro”.
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