Eleições

"Um é limitado, o outro é indigno", diz pré-candidato Pablo Marçal

Presidenciável pelo PROS participou de entrevista ao Correio na quarta-feira (18/5), criticou polarização entre Lula e Bolsonaro e disse que sua pré-candidatura é "do alto"

Victor Correia
Isabel Dourado*
postado em 19/05/2022 12:34 / atualizado em 19/05/2022 12:35
 (crédito: Reprodução)
(crédito: Reprodução)

O pré-candidato ao Planalto pelo PROS, Pablo Marçal, afirmou nessa quarta (18/5) que o presidente Jair Bolsonaro (PL) é um “antibiótico” para tirar uma “quadrilha que roubou mais de trilhão”, mas que o chefe do Executivo não consegue tirar o país da situação atual. Marçal é empresário, investidor e escritor, e seu nome foi apresentado pela legenda no dia 30 de abril. Ele participou de entrevista ao vivo para o Correio na quarta-feira.

“O Jair [Bolsonaro], ele é o antibiótico que foi administrado para tirar aquela quadrilha que roubou mais de trilhão neste país”, disse o presidenciável. Ele defende ainda que Bolsonaro já cumpriu o seu papel e não consegue tirar o país da estagnação atual. “O problema é que se você tomar antibiótico por tempo demais, você vai contrair doença”.

Marçal criticou a polarização entre o atual presidente e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmando que “um é limitado, e o outro é indigno”. Ele também é contra a definição do espectro político entre esquerda e direita, e coloca a sua pré-candidatura como sendo “do alto”.

“Olhando para o mundo natural, 60% do eleitorado brasileiro não quer votar em nenhum dos dois nessa polarização que foi criada. E esse é o grande lance para a população entender, que polarização gera intolerância, intolerância gera desrespeito, desrespeito gera violência, e violência acaba gerando barbárie”, disse Marçal.

Terceira via naufragou

Questionado se já possui um plano de governo pronto ou em desenvolvimento, o empresário diz que a fase de pré-campanha é o momento de se analisar a situação atual, e que qualquer plano apresentado neste momento está com “alguma coisa desatualizada”.

Marçal diz estar disposto a conversar com todos os pré-candidatos, com exceção de Lula e Bolsonaro, mas avalia que a terceira via não é mais viável.

“A gente precisa fazer alguém decolar. A terceira via naufragou, então não tem, esquece a terceira via. Tem que vir alguém de fora que ponha pressão, que ponha paixão e que faça as pessoas, os brasileiros, amarem a política de novo”, defende o presidenciável.

Sobre o processo eleitoral, o empresário diz confiar totalmente nas urnas, mas ressalta que qualquer tecnologia pode ser burlada e que precisa haver um processo constante de atualização. “Eu acredito que a gente tem mostrado isso para a sociedade. Tem gente falando, ‘ah, precisa do voto impresso’. Se o processo eleitoral é confiável, e a gente faz testes e provas para a sociedade, não faz diferença o voto impresso”, defende.

Pico dos Marins

Pablo Marçal ficou conhecido em janeiro deste ano após incidente ao liderar um grupo de 60 pessoas ao Pico dos Marins, no interior de São Paulo, mesmo com alertas por conta do mau tempo. Entre os membros do grupo, 32, incluindo Marçal, tiveram que ser resgatados pelos bombeiros. A ação chegou a ser classificada à época por autoridades como irresponsável.

Questionado sobre o episódio, o pré-candidato afirmou que “foi foi um lugar onde a gente aprendeu muito, ninguém se machucou. Tivemos o apoio do Corpo de Bombeiros, a instituição mais respeitada do país. (...) Assim como aconteceu esse apoio, e aconteceu esse resgate, a nação brasileira precisa ser resgatada. A gente precisa de ajuda, a gente não pode ter orgulho em pedir ajuda. Eu mesmo pedi”.

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