Planalto

Biden envia emissário para convencer Bolsonaro a ir à Cúpula das Américas

Encontro ocorrerá em Los Angeles, nos Estados Unidos, no início de junho; Brasil ainda não confirmou presença

Cristiane Noberto
postado em 24/05/2022 13:00 / atualizado em 26/05/2022 11:39
 (crédito: Cristiane Noberto)
(crédito: Cristiane Noberto)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu a visita do assessor especial da Casa Branca, Chris Dodd, na manhã desta terça-feira (24/5), no Palácio do Planalto, para discutir a participação na Cúpula das Américas, que vai ocorrer entre 6 e 10 de junho. O Brasil não confirmou a presença. 

Após o encontro, o assessor divulgou uma declaração [leia a íntegra ao fim da matéria]. "Nesta manhã, em meu encontro com o presidente Bolsonaro, reiterei o nosso desejo de que o Brasil seja um participante ativo da Cúpula, pois reconhecemos a responsabilidade coletiva de avançar para um futuro mais inclusivo e próspero."

Biden tenta convencer Bolsonaro da importância da participação do Brasil na cúpula. O presidente brasileiro nunca participou de um encontro do colegiado desde que eleito. A última participação do Brasil foi em 2018, em Lima, no Peru.

A participação brasileira é essencial para o governo Bolsonaro, que busca a reeleição. O Brasil é considerado um dos mais importantes da América Latina por possuir fronteira com quase todos os países da América do Sul (salvo Chile e Equador), e deve marcar posição frente aos vizinhos.

O emissário da Casa Branca era esperado pelo governo brasileiro desde o mês passado. No entanto, Dodd foi diagnosticado com covid-19 e Bolsonaro se recusou a conversar por meio virtual. 

México pode ficar de fora

A Cúpula das Américas ocorre há nove anos e é mediada pela Organização dos Estados Americanos (OEA). Com localização rotativa, desta vez será em Los Angeles. A ideia da reunião é discutir problemas comuns, buscar soluções e desenvolver uma visão compartilhada para o desenvolvimento da região, seja ela social, econômica, ou de natureza política.

O presidente mexicano, Manuel López Obrador, ameaçou não comparecer se Cuba, Venezuela e Nicarágua não forem convidadas. Segundo os EUA, os países não respeitariam a Carta Democrática Interamericana firmada na Cúpula de 2001 que determinou que “os líderes da região defendam o estrito respeito à democracia como condição essencial para a participação em todas as cúpulas futuras”. 

Confira íntegra de Chris Dodd sobre Cúpula das Américas

"Como assessor especial da Casa Branca para a Cúpula das Américas, viajei a países da região para estabelecer uma agenda positiva e compartilhada para o evento. O presidente Biden me pediu para que viesse ao Brasil hoje com um foco singular na Cúpula. Vim para reforçar nosso apreço de longa data pela parceria profunda e importante que os dois países compartilham – construída sobre um fundamento comum da democracia, direitos humanos, prosperidade econômica, Estado de Direito e segurança. Nesta manhã, em meu encontro com o presidente Bolsonaro, reiterei o nosso desejo de que o Brasil seja um participante ativo da Cúpula, pois reconhecemos a responsabilidade coletiva de avançar para um futuro mais inclusivo e próspero.

Como um dos parceiros mais importantes dos EUA na região, o que fazemos em conjunto com o Brasil faz a diferença. A Cúpula das Américas se concentrará em algumas das questões mais importantes e compartilhadas de todo o hemisfério. Como a garantia de que a democracia seja uma realidade para cada país, nossas metas climáticas compartilhadas, uma resposta mais colaborativa à Covid-19 e a abordagem mais profunda do crime organizado e da instabilidade econômica. O Brasil tem muito a contribuir com esses temas aos líderes de toda a região que estarão presentes na Cúpula, e valorizamos muito a voz do Brasil enquanto discutimos soluções que ajudarão a construir vidas melhores para as pessoas do nosso hemisfério."

A Cúpula das Américas ocorre há nove anos e é mediada pela Organização dos Estados Americanos (OEA). Com localização rotativa, desta vez será em Los Angeles. A ideia da reunião é discutir problemas comuns, buscar soluções e desenvolver uma visão compartilhada para o desenvolvimento da região, seja ela social, econômica, ou de natureza política.

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