Eleições 2022

Caciques ditam o rumo da política brasileira e definirão terceira via

Debatedores da sabatina do Correio, que acontece nesta terça-feira (31/5), aproveitaram ausência do pré-candidato Luciano Bivar para discutir sobre como os partidos têm se organizado para as eleições deste ano

Tainá Andrade
postado em 31/05/2022 16:58 / atualizado em 31/05/2022 16:58
 (crédito: Minervino Júnior/CB/DA.PRESS)
(crédito: Minervino Júnior/CB/DA.PRESS)

Convidado a participar da sabatina de presidenciáveis do Correio, que acontece nesta terça-feira (31/5), o pré-candidato Luciano Bivar (União Brasil) não compareceu. Na sua ausência, foi debatida a viabilidade de Bivar na disputa em outubro.

“Os caciques não saíram de cena no Brasil, eles dão as cartas e decidirão o rumo da terceira via”, disse o editor de primeira página do Correio, Marcelo Agner. Ele citou ao menos três partidos, PSD, PL e União Brasil, em que os parlamentares se comportam no sentido de obedecer às regras ditadas pelos caciques para a eleição deste ano.

“O PSD é um partido que tem o Kassab, ninguém dá um passo sem falar com o cacique. Valdemar Costa Neto (PL) também costurou o ingresso de Bolsonaro para que ele se fortalecesse e para dar uma legenda a ele. Não tenho nenhuma dúvida de que no MDB se discute a candidatura de (Simone) Tebet ainda com os caciques, como Renan Calheiros (AL), Eunicio Oliveira (CE) e Jader Barbalho (PA) dão as cartas. O Brasil não mudou muita coisa. Sergio Moro mesmo foi engolido pela estrutura do União Brasil. O ACM Neto foi o responsável por isolar Moro, tem muito poder dentro do partido e talvez rivalize com o Bivar”, apostou.

Apoio a Bolsonaro

A observação é de que há diversas legendas que “orbitam” em volta dos pré-candidatos que protagonizam a polarização. Esse quadro dá a entender que o União Brasil será estratégico para dar apoio à campanha de Jair Bolsonaro (PL) em um eventual segundo turno.

“A estrutura partidária do Brasil ainda é hierarquizada e isso não permite a renovação do partido. Vemos figuras, que poderiam contribuir muito, ficarem isoladas, fica impermeabilizada a participação de novas figuras. Personagens acabam se rendendo a esse tipo de mecanismo, como o Moro, que saiu do Podemos aproveitando a janela partidária. Se juntando ao União Brasil com uma promessa, caiu na velha fórmula do caciquismo”, relembrou Carlos Alexandre, editor de Política do Correio.

Sabatina

O Correio recebe os pré-candidatos à Presidência nesta terça-feira para uma sabatina, na sede do jornal. Cada participante terá em torno de 50 minutos para responder perguntas sobre temas que interessam à toda a sociedade, como situação da economia, trabalho, direitos, segurança pública, saúde e educação. O evento está sendo transmitido ao vivo pelo site e por todas as redes sociais do jornal.

Confira a ordem de participação:

  • 10h - Jair Bolsonaro (PL) — (não compareceu)
  • 11h - Vera Lúcia (PSTU)
  • 12h - Ciro Gomes (PDT)
  • 14h - Felipe D'Avila (Novo)
  • 15h - Luciano Bivar (União Brasil) — (não compareceu)
  • 16h - Sofia Manzano (PCB)
  • 17h - Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — (não confirmado)
  • 18h - Pablo Marçal (Pros)
  • 19h - Simone Tebet (MDB)

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação