Vila Cruzeiro

Lula: 'O Estado só aparece nas comunidades quando é para matar alguém'

Ex-presidente comentou sobre a operação policial na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, na quinta-feira (26/5), que deixou 23 mortos

Ana Mendonça - Estado de Minas
postado em 31/05/2022 19:29 / atualizado em 31/05/2022 19:29
Lula afirmou que a violência policial se deve à ausência de políticas públicas e de programas sociais em favelas -  (crédito: Douglas Magno / AFP)
Lula afirmou que a violência policial se deve à ausência de políticas públicas e de programas sociais em favelas - (crédito: Douglas Magno / AFP)

O ex-presidente e pré-candidato às eleições Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta terça-feira (31/5), que a presença do estado em comunidades só ocorre quando a polícia entra para “matar alguém”.

Em entrevista à rádio Bandeirantes, de Porto Alegre, Lula afirmou que a violência policial se deve à ausência de políticas públicas e de programas sociais em favelas.

“Se o Estado estivesse presente nessas áreas, a polícia seria apenas mais um componente para manter a tranquilidade. Acontece que as pessoas ficam ilhadas, ficam separadas, ficam abandonadas, e o Estado só aparece quando é para matar alguém, através da polícia”, disse.

Lula tinha sido questionado sobre a operação policial na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, ocorrida na quinta-feira (26/5). A ação resultou na morte de 23 pessoas.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a elogiar a operação nas redes sociais. Em publicação no Twitter, o presidente disse que 20 "marginais" foram mortos.

"Parabéns aos guerreiros do Bope e da @PMERJ que neutralizaram pelo menos 20 marginais ligados ao narcotráfico em confronto, após serem atacados a tiros durante operação contra líderes de facção criminosa", escreveu Bolsonaro.

"A operação vinha sendo planejada há meses e os agentes de segurança monitoravam os passos de chefões do tráfico com objetivo de prendê-los fora da comunidade, o que não foi possível devido ao ataque da facção, fazendo-se necessário o uso da força para conter as ações."

O presidente também disse lamentar a morte de uma moradora de uma comunidade vizinha na operação e o que chamou de "inversão de valores de parte da mídia".

 

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